Domingo passado, em nosso culto vespertino, O Coral Rev. James W. Koger (Coral de nossa igreja local) apresentou uma programação especial: a Cantata 142 de J. S. Bach e duas peças de G. F. Haendel: E a glória de Deus (coro inicial de O Messias) e Aleluia, Amém! (Coro final do Oratório Judas Macabeus). O acompanhamento (piano e órgão) foi do irmão Wesley Jorge Freire, que também nos brindou com o prelúdio "Eis dos anjos a harmonia!" - Mendelssohn (Arranjo: Ira B. Wilson) e o poslúdio "O primeiro Natal" - tradicional (Arranjo: Dan Coates), além de acompanhar a igreja nos cânticos congregacionais.
CONHEÇA UM POUCO MAIS SOBRE A CANTATA 142 DE J. S. Bach:
Considerada uma das cantatas "apócrifas" (de autoria incerta) de Bach (as outras são nos: 15; 141; 160). A cantata BWV 142 foi...
primeiramente identificada como sendo de J. S. Bach em uma cópia de seu pupilo Christian Friedrich Penzel, datada de 1756. Baseada nesta afirmação, esta obra fêz parte do antigo Bach-Gesamtausgabe, a primeira edição completa das obras de Bach. A autenticidade da autoria de Bach para esta obra foi primeiramente colocada em dúvida por Arnold Schering em 1912 e, posteriormente, Afred Dürr através de uma dissertação datada de 1951 demonstrou através de investigações estilísticas que esta obra não poderia ser identificada como sendo de Bach. Até hoje, no entanto, a identidade de compositor real e a razão de falsa atribuição de Penzel continuam abertas. O fato de Johann Kuhnau, um predecessor de Bach em Leipzig, ter apresentado em 1720 uma abra com este mesmo texto retirado do poema de Neumeister chamado "A festa de Natal" faz com que alguns creditem a Kuhnau sua autoria. Várias cantatas e outras obras antes atribuídas a J. S. Bach foram retiradas do seu catálogo de obras em publicações mais recentes, embora em algumas listagens mais antigas elas ainda constam como sendo de sua autoria. As mais famosas são a cantata "Uns ist ein Kind geboren" e as cantatas para tenor solo "Meine Seele rühmt und preist" e "Ich weiss dass mein Erlöser lebt", respectivamente de Georg Melchior Hoffmann e Georg Philipp Telemann, além da célebre canção "Bist du bei mir", de Gottfried Heinrich Stölzel. Pelo fato de Bach, quando Kantor em Leipzig, ter que produzir uma nova obra a cada semana para os cultos de domingo, era uma prática costumeira pegar "emprestada" partes ou obras inteiras compostas em outras épocas mesmo suas ou de um outro compositor. É importante lembrar que as noções sobre autoria naquela época eram muito diferentes das de hoje, e essa prática não representava para aqueles compositores uma atitude de má-fé ou plágio. O fato é que várias peças outrora atribuídas a compositores célebres do séc.XVIII atualmente tiveram sua autoria restituída aos verdadeiros compositores, muitos totalmente desconhecidos do público atual. A obra em si inicia com uma introdução instrumental originalmente composta para flautas doce barrocas, oboés e cordas. O coro começa com uma fuga dupla sobre um texto introdutório do livro de Isaías. As três árias que se seguem para baixo, tenor e Mezzo permeiadas por coro e recitativo, demonstram graça musical e um toque instrumental diferenciado, apesar do material musical ser semelhante. Por fim a obra é encerrada com um aleluia com força musical total onde se atesta a alegria pela chegada do menino Jesus.
- I - Concerto
- II - Nasceu-nos um Menino
- III - Que darei a Ti, ó Senhor?
- IV - Quero Louvar-Te, Ó Deus
- V - Ouve, ó meu Jesus!
- VI - Emanuel, tu aceitaste de bom grado
- VII - Glória seja a Ti!
- VIII - Aleluia!
Com relação à pagina acima, onde a fotografia do velho amigo Wesley Jorge Freire, ao órgão, fez-me recordar de sua batuta à frente do coral da Igreja Metodista de Ourinhos - SP. ocasião em que ambos éramos jovens e realmente a palavra "amigo" fazia sentido, o que não ocorre mais atualmente. Assim, fica somente as agradáveis lembranças daquele tempo, em que a vida nos sorria, sem os atropelos e mudanças de hoje.
ResponderExcluirEmilio.