quinta-feira, 28 de novembro de 2013

DIA DE AÇÃO DE GRAÇAS 2013... uma reflexão diferente

Hoje, muitas pessoas das mais variadas regiões de nosso planeta estarão celebrando o “Dia de Ação de Graças”. Neste dia quero apresentar uma reflexão diferente das que fiz em anos anteriores. Quero falar sobre o importante exercício de confiar que Deus está no controle de nossa vida, mesmo quando acontecem coisas que não gostaríamos. Quando o escritor bíblico nos afirma que devemos dar graças por tudo (1Ts 5:18), nem sempre levamos a sério. Gostamos mesmo é de testemunhar sobre bênçãos recebidas, milagres experimentados, sonhos realizados e nossa vontade cumprida. Mas quando coisas contrárias ao nosso querer acontecem, não nos sentimos à vontade para agradecer os cuidados de Deus. Ainda que repitamos por diversas vezes a oração que o SENHOR nos ensinou, “seja feita a Tua vontade”, reclamamos quando esta vontade contraria a nossa. Em determinados momentos queremos ser a medida de nós mesmos. Para vencer a tentação de avaliar a ação de Deus em nossa vida somente quando acontecem as coisas que gostamos, necessitamos desenvolver uma vida cristã íntegra. É a integridade (inteireza) que permite a um cristão reconhecer que a vontade soberana de Deus pode contrariar a vontade humana. Deus está no controle de tudo. Ele é quem permite que as coisas aconteçam. Pensando sobre isso, me veio à mente a experiência de Jó. Ele agiu com integridade todo o tempo de sua vida. Destaco especialmente o momento em que sua esposa desiste desta lógica e lhe convida a amaldiçoar a Deus. Para mim a resposta de Jó é emblemática. Ele vai dizer que confiava plenamente (integralmente) em Deus. Ele, o SENHOR, pode todas as coisas e as faz conforme o seu querer. Ele chama a atenção da esposa, dizendo que ela só aceitava as coisas de Deus quando estas lhe agradavam. O cristão verdadeiramente íntegro, jamais abandona sua fé em DEUS como o SENHOR da história. Talvez você também esteja passando por momentos difíceis de aceitar que seja vontade de Deus, por estar contrariando a sua vontade. Convido-o, então, a um exercício de fé. Isto só será possível se você assumir uma postura íntegra diante de Deus e dos homens. Que ao fazer a retrospectiva deste ano e deparar-se com algumas frustrações, você possa agradecer a Deus e não maldizer. Como nos afirma o cântico: “Por tudo o que tens feito e por tudo que vais fazer... te agradeço”. Tenhamos um coração grato. Desejo que você seja mais parecido com Jó do que com sua esposa. Que sua atitude de gratidão não seja refém de seus desejos cumpridos, mas sim, fruto de uma confiança plena em Deus. Seja uma pessoa íntegra e viva uma fé integral.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

SERMÃO: “MAIS QUE DISCURSOS... ATITUDES MAIS QUE PALAVRAS... PRÁTICA MAIS QUE RITOS... VIDA”


“MAIS QUE DISCURSOS... ATITUDES; MAIS QUE PALAVRAS... PRÁTICA; MAIS QUE RITOS... VIDA”

INTRODUÇÃO:

Queridos irmãos e irmãs escolhi o texto de Oséias 5.15 – 6.6.

O texto nos alerta para o fato de que Deus prefere a misericórdia ao invés do sacrifício. Ele questiona a religiosidade superficial, as atitudes externas (liturgias e ritos) que não representam o verdadeiro sentimento do coração.

PORTANTO, convido-os a refletir sobre o discurso e a prática. Como cristãos, nossa prática deve ser condizente ao nosso discurso. De nada adianta elaborarmos discursos e liturgias sobre os preceitos divinos, muito bem elaborados teologicamente, se não vivermos de forma condizentes a eles. Serão meras palavras.

O texto de Oséias 6,3-6 é de grande valia para a nossa reflexão. Pois como metodistas, um dos pontos de nossa teologia é o equilíbrio entre os Atos de Piedade (relação vertical – nós e Deus) e as Obras de Misericórdia (relação horizontal – nós e o próximo).

Portanto, convido-os neste instante a refletirmos sobre este texto bíblico.

Ouçamos a leitura do texto sagrado.

TEXTO: Oséias 5,15-6,6
15 Irei e voltarei para o meu lugar, até que se reconheçam culpados e busquem a minha face; estando eles angustiados, cedo me buscarão, dizendo:

1 Vinde, e tornemos para o SENHOR, porque ele nos despedaçou e nos sarará; fez a ferida e a ligará.
2 Depois de dois dias, nos revigorará; ao terceiro dia, nos levantará, e viveremos diante dele.
3 Conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR; como a alva, a sua vinda é certa; e ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.
4 Que te farei, ó Efraim? Que te farei, ó Judá? Porque o vosso amor é como a nuvem da manhã e como o orvalho da madrugada, que cedo passa.
5 Por isso, os abati por meio dos profetas; pela palavra da minha boca, os matei; e os meus juízos sairão como a luz.
6 Pois misericórdia quero, e não sacrifício, e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos.

CONTEXTO
Oseias exerceu o seu ministério profético no reino do Norte (Israel), a partir de 750 a.C., numa época de grande conturbação.

sábado, 16 de novembro de 2013

FILME: A vida é bela (La vita è bela) – refletindo sobre resiliência


Neste feriado, 15 de novembro de 2013 - Dia da proclamação da Republica no Brasil, dentre outras coisas assisti, mais uma vez, o filme “La vita è bela” (A Vida É Bela). Esta é uma comédia dramática, de 1997 dirigida e protagonizada por Roberto Benigni. Não assisti por um acaso. Não foi por estar passeando pelos canais da TV à cabo. Eu coloquei o DVD que tenho em casa. Eu me propus a assisti-lo porque gostaria de relembrar a forma fantasiosa e fantástica que o protagonista principal (Guido Orefice) comunicava a seu filho (Giosuè Orefice) as situações difíceis do Campo de Concentração.

A primeira parte da história acontece na cidade de Toscânia, na Itália. Guido chega à cidade para encontrar seu tio e então começam a acontecer as coisas mais hilárias com ele e com as pessoas à sua volta. A primeira delas é quando Dora (Nicoletta Braschi) cai do primeiro andar do celeiro bem em cima dele. Ele nem imaginava que se tornaria o seu grande amor. A frase dita naquele momento e que torna-se emblemática no filme é Buongiorno principessa (Bom dia princesa)!
Depois disso muitos outros episódios mostram a forma embaraçosa e divertida que os dois se encontravam, até que ela aceitou o pedido de namoro dele. Logo após já aparece os dois casados e com um filhinho. A história teria de tudo para terminar por aí e com a frase “viveram felizes para sempre”. Porém, o enredo da história foi mudada, assim como em nossa vida algumas coisas nos forçam a mudar de rota.

Como a história acontece em plena 2ª Guerra mundial, Guido que era filho de judeus foi levado para um campo de concentração nazista, juntamente com seu tio e filho. Sua esposa ao saber disso, foi até o general responsável e pediu para ir com eles, mesmo não sendo uma judia. Lá no campo homens e mulheres não tinham contato, portanto, eles nunca se encontraram.
Mas a beleza do filme e o que mais me encanta é ver a forma criativa e divertida com que Guido apresenta a seu filho este momento de grande adversidade. Ele faz seu filho acreditar que eles estavam participando de uma grande gincana e que cada brincadeira vencida as pessoas ganhavam pontos. Quem ajuntasse mil pontos primeiro ganharia o prêmio: um tanque de guerra de verdade. Mesmo diante da situação difícil e das dúvidas de Giosué, Guido não desiste de animá-lo e protege-lo das dores e sofrimentos daquele lugar horrível.

A atuação de Roberto Benigni é surpreendente e magistral, tanto como diretor quanto como ator. O que me encanta em seu papel é a capacidade de criar alternativas de alívio e superação diante das adversidades. Há algum tempo atrás tive a oportunidade de escrever um artigo a quatro mãos com meu amigo e companheiro de ministério pastoral, Rev. Márcio Divino de Oliveira, sobre resiliência.
Este termo vem da física e corresponde a capacidade de um material sofrer tensão e depois se recuperar ao estado normal. Nas ciências humanas o termo tem sido utilizado como a capacidade do ser humano de superar experiências adversas. Mais do que simplesmente significar a capacidade de superação dessas experiências, o termo abrange todo o processo de enfrentamento, vitória, fortalecimento e transformação diante da adversidade.

Em nosso artigo defendemos a ideia de que a fé cristã, como portadora de horizontes de sentido existencial e últimos, pode despertar resiliência nas pessoas que estejam passando por sofrimento, provendo-lhes esperança realista frente aos dramas que as atingem.


Quando reflito sobre a história de Guido e sua família, vejo que o seu olhar é quem mudava as realidades e permitia uma experiência de resiliência. Nossa forma de olhar para as coisas pode definir a força das mesmas sobre nós. Para um pessimista a pressão será diferente da de um otimista. As lentes que usamos para olhar para a vida e suas adversidades definem nossa capacidade de reação e recuperação (resiliência).
A fé, calcada na esperança de que Deus está conosco e nos auxilia nos tempos difíceis, deve ser os óculos que o cristão usa nos tempos de adversidades. A fé cristã é um importante instrumento de resiliência para os tempos difíceis. Em minha reflexão pessoal coloco o Guido como um paradigma a ser seguido. A diferença é que no caso dele sua própria estrutura psíquica lhe ajudava nisso, mas para nós cristãos que tenhamos uma estrutura diferente, a experiência da fé nos ajuda na superação. Nos torna pessoas mais resilientes.

Gosto muito deste filme e o indico para você. Ele marcou muito minha vida pois a primeira vez que o assisti eu estava na UTI de um hospital com pneumonia intersticial por H1N1 (Gripe Suína). Este filme, indicado e emprestado pelo diretor clínico da UTI, me ajudou a olhar para a situação que estava vivendo naquele lugar por um prisma diferente. Desde então, me exercito na tarefa de agir com criatividade e fé nos momentos difíceis da caminhada. Assistir ao filme é um momento prazeroso de reavivar esta ideia em minha mente.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Quando a ansiedade nos tira o sono...

Queridos irmãos e irmãs, graça e paz!

Quantas vezes passamos a noite em claro. Rolamos de um lado para o outro. Nossa mente parece não se desligar um só segundo. Não conseguimos nos relaxar para dormir. E se o fazemos, é por pouco tempo. E acaba sendo uma noite mal dormida.

Na grande maioria das vezes o que nos tem feito perder o sono, são as preocupações do dia a dia. A ansiedade, que toma conta do nosso viver a ponto de nos transformar em verdadeiros escravos. Perdemos o domínio sobre nossa própria vida.

Quem pode afirmar que nunca se preocupou com algo a ponto de perder o sono? Acredito que todos nós já experimentamos, em maior ou menor intensidade, isto. Uma ansiedade que nos perturba ao ponto de não nos permitir concentrarmos em mais nada. Nem mesmo em nosso descanso. Algo tão necessário e salutar.

O Apóstolo Pedro afirmou: “...lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós”(1Pe 5:7). Somos convidados pelo apóstolo a entregarmos a Jesus Cristo todas as nossas preocupações e ansiedades. Ele, o Senhor de todas as coisas, pode e quer nos ajudar.

Quando a ansiedade nos tirar o sono, que possamos nos exercitar mais e mais nesta tarefa: confiança plena em Deus entregando nosso futuro em suas mãos. Desejo que todos nós possamos experimentar a bênção da confiança em Deus tal como Davi nos descreve: “Em paz me deito e logo pego no sono, porque, o Senhor cuida de mim”(Sl 4:8).

Orarei por você, ore também por mim.

Que Deus nos abençoe!

Rev. Paulo Dias Nogueira

Estudo Biblico - Justina Battagin: "Jesus a nossa esperança"

Compartilho abaixo a reflexão proferida pela irmã Justina Battagin no dia 05 de novembro na reunião mensal da Sociedade Metodista de Mulheres (SMM) da Igreja Metodista Central de Campinas (IMCC). Na ocasião pedi-lhe o manuscrito, mas ela disse que pediria à sua neta Rebeca para digitar e me enviar. Agradeço à irmã Justina pela cessão e à Rebeca pela digitação. Espero que ao ler você possa ser edificado/a como o foram todos que participaram da reunião.
Rev. Paulo Dias Nogueira
JESUS NOSSA MAIOR ESPERANÇA

(I Timóteo 1:1; Jeremias 17:7; Salmo 71:5)

Esta é uma mensagem de esperança para a nossa alma. A caminhada cristã não é uma redoma de vidro nem uma estufa espiritual. Nós não estamos blindados nem imunes aos dramas da vida. Vivemos tempos turbulentos. As nuvens escuras das provações e os vales profundos da dor não poucas vezes assolam nosso peito. Nessas horas, o coração é assaltado pelo medo.
Para onde olhar na hora da crise?
Para onde correr na hora do aperto?
A única porta de escape que podemos encontrar nessas bifurcações difíceis da vida é Jesus. Ele é a nossa esperança. O dinheiro não pode ser refúgio seguro para nós. A nossa saúde não é um alicerce confiável para edificarmos sobre ela os nossos sonhos. O poder dos nossos braços não é suficiente para manter-nos em pé.
Nossos amigos não podem estar ao nosso lado nas noites escuras da alma. Nós precisamos de um refúgio verdadeiro. De um amigo verdadeiro. De uma esperança que não falha. Esta esperança é Jesus!
O mundo está marcado pela desesperança. Estamos sem esperança nos políticos, na educação. Quanto mais o mundo avança no conhecimento da ciência, mais as pessoas se afundam no desespero. As drogas escravizam a juventude. O alcoolismo assola as famílias. A violência transforma as cidades em campos de sangue.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

SERMÃO: Mesmo no deserto Deus não nos abandona (Ex 17:1-7)

TEXTO: Ex 17,1-7
1 Tendo partido toda a congregação dos filhos de Israel do deserto de Sim, fazendo suas paradas, segundo o mandamento do SENHOR, acamparam-se em Refidim; e não havia ali água para o povo beber.

2 Contendeu, pois, o povo com Moisés e disse: Dá-nos água para beber. espondeu-lhes Moisés: Por que contendeis comigo? Por que tentais ao SENHOR?

3 Tendo aí o povo sede de água, murmurou contra Moisés e disse: Por que nos fizeste subir do Egito, para nos matares de sede, a nós, a nossos filhos e aos nossos rebanhos?

4 Então, clamou Moisés ao SENHOR: Que farei a este povo? Só lhe resta apedrejar-me.

5 Respondeu o SENHOR a Moisés: Passa adiante do povo e toma contigo alguns dos anciãos de Israel, leva contigo em mão o bordão com que feriste o rio e vai.


6 Eis que estarei ali diante de ti sobre a rocha em Horebe; ferirás a rocha, e dela sairá água, e o povo beberá. Moisés assim o fez na presença dos anciãos de Israel.

7 E chamou o nome daquele lugar Massá e Meribá, por causa da contenda dos filhos de Israel e porque tentaram ao SENHOR, dizendo: Está o SENHOR no meio de nós ou não?


CONTEXTO

Vamos entender um pouquinho o contexto.

Nosso texto faz parte de um bloco maior de textos cujo, os estudiosos chamam de “Tradições sobre a libertação”. Temos um outro bloco que são das tradições dos Patriarcas... e outros.

Na realidade trata-se de um conjunto de relatos sobre a libertação, que originalmente eram independentes uns dos outros, mas que num determinado momento da história, foram ajuntados pelo escritor bíblico.

SERMÃO: Mais que ouvintes, sejamos praticantes da Palavra de Deus (intercâmbio de EDs... Campinas-Piracicaba)

A Escola Dominical ainda é o melhor espaço que temos para o estudo da Bíblia e de temas importantes da fé cristã. Existem outras possibilidades na vida da igreja, tais como grupos familiares, pequenos grupos, células, discipulado coletivo ou individual, reuniões de estudos bíblicos, mas a escola dominical é a que se estrutura da forma mais pedagógica possível para atender a este objetivo. Ela valoriza a divisão de classes por faixa etária ou nível de interesse, utiliza materiais didático-pedagógicos, compõem-se de professores/as que se preparam com antecedência, utiliza-se de horários prefixados para ministração da aula (início e término), formada por alunos dedicados... se não tem sido assim, pelo menos deveria.

No decorrer dos tempos ela tem servido à igreja, para que a igreja sirva ao mundo. Ela pode ser considerada a principal agência de formação de cristãos maduros.

Tanto na Inglaterra, quanto nos Estados Unidos e Brasil, a Igreja Metodista foi a pioneira na fundação de escolas dominicais. Ela era utilizada como instrumento de evangelização e de formação espiritual e doutrinária de seus membros. Vejamos cada uma destas experiências:

Inglaterra: Ainda que muitos textos apontem o jornalista inglês, Robert Raikes, como o fundador da primeira escola dominical em 1780, verifica-se que uma jovem metodista chamada Ana Ball já havia começado uma atividade como esta, 11 anos antes.

Estados Unidos: Francis Asbury, primeiro bispo dos Estados Unidos, foi o fundador da primeira Escola Dominical na América do Norte.

Brasil: Justin Spalding, enviado como o primeiro missionário metodista para o Rio de Janeiro, em 1836, organizou a primeira Escola Dominical em nosso país.

A Escola Dominical está no DNA do metodismo. Precisamos revitalizar esta importante escola, não só no âmbito local (Central de Campinas e Catedral de Piracicaba), mas em nível distrital, regional e nacional. Que nossas “escolas dominicais” aqui reunidas sejam exemplo e motivação para muitas outras igrejas.

Uma das críticas que tenho ouvido por parte de alguns extremistas é que a escola dominical tem ensinado muita coisa, mas não tem mudado a vida das pessoas. Tem faltado transformação. Seus alunos frequentam classes há muitos anos, mas estes ensinos não têm provocado mudanças em suas vidas. Quanto a isso, acredito que todos os amantes da escola dominical, deveriam “dar a mão à palmatória”. Infelizmente, pode ser que esta crítica esteja correta. Precisamos nos auto avaliar.

Diante desta constatação, fala-se então que o “discipulado”, marcado por um “Encontro com Deus” (retiro espiritual cheio de surpresas, novas experiências e apelos impactantes) é que tem provocado mudanças na vida das pessoas. Ele é que tem gerado verdadeiros discípulos e discípulas (pessoas dispostas a assumirem e viverem os valores do Evangelho).

Diante disso, fico pensando se temos valorizado esta importante escola, mais do que um espaço a ser frequentado. Será que a temos considerado uma agência formadora do caráter cristão? Nossa base para uma vivência marcada pelo caráter de Cristo?
O texto de Tiago 1:19-27 nos confronta com a realidade do aprendizado. Aprender e colocar em prática. Chama a atenção dos cristãos da época, que haviam se esfriado na fé e já não praticavam os ensinamentos com o mesmo vigor de outrora.

Jesus contará um parábola com os mesmo teor segundo Mateus nos apresenta no final do Sermão da Montanha: Mateus 7:24-27. Os discípulos devem colocar em prática aquilo que ouviram/aprenderam. Quem só ouve, mas não coloca em prática é chamado de tolo.
Em Filipenses 3:16 vemos o seguinte ensinamento: “... Andemos de acordo com o que já alcançamos”. John Wesley fazia a seguintes afirmação: “Você não precisa saber todos os ditames (preceitos) da Palavra de Deus, mas deve viver todos aqueles que já aprendeu”.

Convido a todos os professores e professoras, bem como alunos e alunas, a assumirmos um compromisso ainda maior com a escola dominical. Mais do que frequentá-la, deixar-se moldar por seus ensinamentos.

Mas do que ouvintes, sejamos praticantes da Palavra de Deus.

Sermão proferido pelo Rev. Paulo Dias Nogueira no intercâmbio de escolas dominicais das igrejas metodistas, Central de Campinas e Catedral de Piracicaba, no dia 10 de novembro de 2013 no culto matutino – Piracicaba.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

DIA DO RADIALISTA... um breve testemunho ministerial (Parabéns Radialistas)

Hoje, 07 de novembro, é o Dia do Radialista. Este é um profissional da área de comunicação social, que trabalha especificamente com o rádio, mas pode também atuar com televisão e afins. Deixo aqui um breve testemunho de minha passagem pela Rádio Gospel e pela Rádio Clube, ambas na cidade de Marília.

Tive a oportunidade de dirigir e apresentar alguns programas na Rádio Gospel (FM), uma emissora comunitária na cidade de Marília-SP, bem como na Rádio Clube (AM). Na época além de pastorear a Igreja Metodista da cidade eu estava muito envolvido no Conselho de Pastores. Para mim foi um momento rico de pastoreio através das ondas do rádio. Fiz muitas amizades. Estreitei relacionamentos com companheiros e companheiras das emissoras, bem como com vários ouvintes. Tenho belas recordações.

Para desenvolver meu ministério no rádio com mais desenvoltura e competência, fiz o curso de “Locução para rádio e televisão” do Senac. Foram 6 meses muito importantes de capacitação ministerial. Aprendi muitas coisas não só para o rádio e a televisão, mas também para o púlpito e a sala de aula. Apesar de ter feito o curso, não tenho atuado nesta área há alguns anos. Tenho saudades da “latinha” (termo utilizado por alguns radialistas para especificar o microfone do estúdio).

Entre os anos 2000 e 2003 dirigi, produzi e apresentei os seguintes programas:

1) Dia-a-Dia (1a Edição): apresentado ao vivo todas as manhãs de segunda a sexta-feira das 8h às 9h. Eu era o apresentador principal, mas contava com o apoio de alguns irmãos e irmãs da igreja.
2) Dia-a-Dia (2a Edição): produzido e dirigido por mim, mas a apresentação era de uma equipe da igreja. Ele eras apresentado ao vivo de segunda a sexta-feira das 21h às 22h.
3) Escola Bíblica no Ar: Era um programa gravado e apresentado de segunda a sexta-feira das 20h às 21h. Eu preparava o programa no estúdio de casa (investi pessoalmente para que isso acontecesse) e um amigo operava a mesa de som no estúdio da emissora na hora da apresentação. (Meu amigo Edgar)
4) Direct Gospel: Este era um programa de 5 minutinhos onde eu apresentava a resenha de um livro e depois incentivava à leitura. Na vinheta tinha uma chamada: “programa especial de incentivo à boa leitura”. De fato muitas pessoas testemunharam depois o quanto leram motivados pelas indicações.
5) Paradão Sertanejo – programa gospel de música sertaneja: Este programa era realizado na rádio Clube de Marília aos sábados das 20h às 22h. Eu produzia o programa e os irmãos Odair e Paulo Wesley apresentavam.

Tenho saudade do ambiente do rádio e das oportunidades de compartilhar o evangelho através das ondas do rádio.

Lembrando-me de alguns/algumas companheiros/as: Kid Gon-Gon, Richard Medeiros, Ricardo Maurício, Jonas, Rodrigo Xavier, Olívia Domenich, João Ricardo, Paulo Wesley, Odair Costa, Ádila Pazzinatto, Lira, outros que não me lembro agora. PARABÉNS a todos vocês que um dia já estiveram no rádio ou que ainda estejam. Agradeço a colaboração de vocês com minha vida e ministério. Beijo no coração.

domingo, 3 de novembro de 2013

CAMINHADA DO BEM... contra o abuso e a exploração de crianças (participei do encerramento)

Como já havia comunicado à igreja, quando terminei o culto matutino deste domingo e cumprimentei todos à porta, saí rapidamente em direção da Praça Arautos da Paz para participar do encerramento da “Caminhada do Bem”. Este é um ato promovido por algumas igrejas históricas de Campinas, alusivo ao Dia da Reforma Protestante, que neste ano teve como tema “Doando Sangue pelas crianças”. O objetivo foi declarar publicamente que como povo de Deus, somos terminantemente contra o abuso e exploração de crianças e adolescentes como vem acontecendo na atualidade.


Quando cheguei ao lugar, a caminhada já havia acabado e estavam encerrando o evento na Praça Arautos da Paz. Um grupo de louvor de cima de um trio elétrico muito grande entoou alguns cânticos. Logo após uma contadora de história realizou um trabalho fenomenal. Através de fantoches, roupas especiais, desenhos feitos na hora, ela nos encantou com uma belíssima história. O sol estava muito forte, mas a disposição dos caminhantes foi maior.

Tenho estreitado amizade com alguns irmãos e irmãs de outras igrejas protestantes históricas (clérigos e leigos) e posso dizer que isso tem sido muito bom e edificante para mim. Que o Senhor continue abençoando os organizadores deste evento, bem como as denominações envolvidas: Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), Igreja Presbiteriana Independente (IPI), Igreja Presbiteriana Conservadora (IPC) e a última incluída até o momento, a Igreja Metodista. Agradeço os irmãos presbiterianos pelo convite e acolhida dos metodistas.

Em 2014 acredito que teremos muitos outros metodistas se unindo a este cordão. Com antecedência será possível envolver não só a Igreja Metodista Central de Campinas, mas muitas outras metodistas da cidade. Creio que será um desafio e uma bênção, pois é o ano em que o metodismo campineiro completa seu primeiro centenário.

CULTO MATUTINO... uma partilha especial... leia

Hoje, 1° domingo de novembro, no culto vespertino da IMCC, preguei sobre a experiência religiosa de Zaqueu baseado no texto bíblico de Lc 19:1-10. Hoje não filmamos o sermão, como é de costume.

Gostaria de compartilhar dois outros momentos do culto desta manhã que para mim foram emblemáticos. O primeiro é que por estarem em retiro, o ministério do louvor não estava presente ao culto. Sendo assim, apoiado pelos 3G (apelido dos irmãos Giovane, Guilherme e Giullian – filhos da Revda. Deize) eu toquei violão e ministrei o momento do louvor. Convidei a congregação, na sua maioria, hoje, de adultos e idosos para entoarmos alguns cânticos mais antigos. Disse a ele que seria um “momento flashback”... sessão nostalgia. Na mesma hora, lá da congregação a irmã Zuleika disse: “momento da saudade”.


Comecei com o cântico “neste dia feliz”, depois, “Satisfação é ter a Cristo” e para finalizar, “Deus está aqui”. Hoje não utilizamos nem o projetor de multimídia e nem microfone, e a congregação cantou vibrante e fortemente. Disse-lhes que estas músicas haviam sido decoradas por eles a muitos anos atrás e que estavam bem ativas na memória. Assim também, os jovens desta época, decoram as músicas que mais lhes agradam e podem louvar a Deus. O tempo pode ser diferente... o ritmo pode variar... os instrumentos que acompanham podem ser múltiplos, mas a fé e o propósito de louvar a Deus é o mesmo. Precisamos respeitar todas as gerações. As que vieram antes de nós e as que chegaram depois de nós. Foi um momento de grande enlevo espiritual.

O outro ponto que quero destacar foi o fato de que a família da Revda. Deize quem nos auxiliou no serviço da Mesa do Senhor. A pastora e os 3G estavam no altar e o pai, irmão Giovane, na congregação tirando fotos e filmando. Eu disse à igreja reunida que era bom ver uma família inteira no serviço da mesa, servindo outra, que é a família da fé. Foi um momento muito bonito e marcante.

Lembrando outro cântico lá do fundo do baú, posso dizer que “o culto hoje foi maravilhoso, porque Jesus já derramou o seu poder”.

PARTICIPANDO DE PARTE DO RETIRO DE LOUVOR DA IMCC... tive um sábado abençoado

Neste sábado (02), conhecido por muitos como Dia de Finados (mortos), passei o dia ao lado de pessoas muito vivas e em busca de revitalização ministerial. Meu comentário não quer desrespeitar a fé católica e/ou popular, mas apenas expressando minha alegria por ter participado do “RETIRO DO LOUVOR”, que está sendo realizado numa chácara na cidade de Louveira-SP.

Cheguei lago após o almoço (churrasco), acompanhado por minha esposa (Valéria) e minha filinha (Beatriz). O período da tarde foi livre. Foi um tempo de relax e bate papo. Alguns aproveitaram a piscina, outros descansaram (cochilos) e outros jogaram bola. Um grupo estava reunido na sala assistindo o dvd comemorativo dos 20 anos do grupo musical “Vencedores por Cristo”. Eu me atrevi brincar de futebol com alguns jovens e juvenis da IMCC. Descobri o quanto estou fora de forma e enferrujado. Com meus 112 “quilinhos” e sem condicionamento físico, posso afirmar que minha mente sabia o que e como fazer algumas coisas, mas o corpo não permitia.

Minha filha adorou brincar de escorregar na grama, nadar, jogar bola, mas acima de tudo, confidenciou-me que gostou de fazer amizade (brincar) com a Aninha (Jô e Clayton) e a Larissa (Almir e Meire). Foi uma tarde agradável, apesar do sol escaldante.

Por falar em sol, o calor era tanto que os banhistas estavam chupando picolé e “geladinho” (chup-chup) dentro da piscina. Devoraram 50 picolés e 36 geladinhos em menos de 20 minutos. Este sorvetinho foi uma benção no meio daquele calor desértico.
Nosso jantar foi “cachorro-quente” e refrigerante. Algumas pessoas trocaram o pão, por um delicioso arroz que estava na mesa. Eu mesmo fui um... hehehe. O jantar saiu na hora prevista e os participantes estavam todos a postos. Com leveza e tranquilidade, a coordenadora do ministério, irmã Juliana Costa, foi conduzindo as chamadas do grupo para que não atrasassem.

Após o jantar, iniciamos a primeira parte das atividades da noite. Reunião do ministério para eleição da coordenadoria no próximo biênio – 2014-2015. Esta reunião ficou sob minha responsabilidade, que a presidi. Após reconhecer a grande importância deste retiro e partilhar uma breve reflexão sobre o salmo 100, iniciei o processo de eleição. Como de praxe, perguntei se alguém se auto indicava para a coordenação.


Todos ficaram quietos. Passei para o segundo momento, abrindo espaço para que indicassem nomes. A atual coordenadora, indicou o nome da irmã Meire, que aceito. Não havendo mais indicação, procedi a eleição por aclamação, ficando a irmã Meire eleita como coordenadora do Ministério de Música durante o biênio 2014-2015, por unanimidade. Antes de encerrar este momento eleitoral, convidei os presentes, que assim desejassem, a externarem à irmã Juliana sua gratidão através de algumas palavras. Algumas pessoas o fizeram. Depois solicitei que também pudessem dar uma palavra de acolhida à coordenadora eleita, irmã Meire. Algumas outras pessoas compartilharam. Ao final, após uma oração, de forma espontânea e muito comovente os presentes fizeram filas para cumprimentar a atual coordenadora e a eleita.

A última atividade do dia foi dirigida pela irmã Meire, que testemunhou sua trajetória como cristã metodista, ligada ao ministério de música. Utilizando-se de recurso audiovisual, filmes do youtube, provocou os presentes a refletir sobre seu compromisso com o ministério. Foi um tempo muito edificante. Louvo a Deus pela vida da irmã Juliana, minha amiga pessoal, pelos anos dedicados ao ministério de música da IMCC, ressaltando sobre tudo as inovações, inclusões e interações realizadas. Deus a abençoe. Acolho a irmã Meire com carinho pastoral e disposição de caminhada conjunta.

Encerradas as atividades, comemos pipoca. Eu e minha família, acompanhados pela irmã Rejane, retornamos para Campinas. Pretendo, depois das atividades da manhã (culto com santa ceia na IMCC e depois Caminhada do Bem na lagoa do Taquaral) almoçar em Louveira com todo o grupo.

sábado, 2 de novembro de 2013

A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS SAGRADAS - aprendendo com Martinho Lutero

No dia 31 de outubro de 1517 Martinho Lutero afixou suas 95 Teses na porta da Catedral de Wittenberg, igreja a qual era o pároco. Naquela época era costume afixar opiniões para debate em locais públicos para que os interessados tomassem conhecimento do assunto.

Nesta época havia um monge chamado Johann Tetzel, representante do papa Leão X, que estava vendendo indulgências nas redondezas de Wittenberg. Em suas mensagens ele afirmava que todos poderiam escapar dos sofrimentos do pulgatório comprando o perdão dos pecados através das indulgências. Poderiam inclusive comprar em nome daqueles que já estivessem mortos. Segundo ele, ao colocar a moeda na salva a alma sairia imediatamente do purgatório para o céu. Lutero se posicionou de forma veemente contra a venda de indulgências (venda de perdão), bem como contra a mediação humana para salvação do homem e a infalibilidade papal.

Em 1520 queimou os livros de "Direito Canônico" e a bula papal que o ameaçava de excomunhão. Em 1521 foi convocado a comparecer em Worms, perante o Imperador Carlos V e os príncipes da Alemanha, para dar contas de seus ensinamentos. Depois de dois dias de debates, tendo como tema central a autoridade das Escrituras, ao ser instado a retratar-se e retornar à comunhão com Roma, ele exclamou:
"Já que me pede uma resposta simples, darei uma que não deixa margem a dúvidas: A não ser que alguém me convença pelo testemunho da Escritura Sagrada ou com razões decisivas, não posso retratar-me. Pois não creio nem na infalibilidade do papa, nem na dos concílios, porque é manifesto que freqüentemente se tem equivocado e contradito. Fui vencido pelos argumentos bíblicos que acabo de citar e minha consciência está presa na Palavra de Deus. Não posso e não quero revogar, porque é perigoso e não é certo agir contra sua própria consciência. Que Deus me ajude. Amém".

Ainda que Lutero não tenha feito a “Reforma” sozinho, suas posições foram fundamentais. Firmado na Escritura Sagrada ele seguiu confiante sem trair sua própria consciência. Assim como ele muitos outros cristãos no decorrer da história também não submeteram sua consciência às pressões circunstanciais.

Que todos nós possamos firmar nossos valores na Palavra de Deus, criando assim forças para nos opor às pressões circunstanciais que nos exigem posturas contrárias. Lembremo-nos, Jesus venceu as tentações do diabo pela Palavra de Deus. Estude as Escrituras e deixe-a capacitá-lo para toda boa obra.

Rev. Paulo Dias Nogueira

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

VISITA PASTORAL... visitar os viúvos também (Mauro)

A religião pura e sem mácula é... visitar a/o viúva/o na sua tribulação” Tg 1:27
Hoje completou um ano que a irmã Eunice Aguiar descansou no SENHOR. Reconhecendo o cuidado material já tem sido tomado pela família, hoje fui visitar o irmão Mauro com o intuito de solidarizar-me nesta data de muitas lembranças. Há um ano atrás estávamos sepultando sua companheira amada. O processo de enlutamento não é nada fácil. Principalmente para pessoas que conviveram bem e por muitos anos com o ente querido.
Combinei com ele desde o domingo passado que nesta data eu faria uma visita pastoral para orarmos e dialogarmos um pouco. Quando cheguei à sua casa, já havia um delicioso bolo de fubá com erva-doce me esperando. Isto foi arte da Vera, sua filha, que acompanhada do esposo, Samuel, prepararam uma linda e deliciosa mesa. Sentamo-nos na varanda, onde conversamos, rimos, choramos, oramos e comemos. No momento de reflexão bíblica eu fiz uma paráfrase do versículo bíblico de Hb 13:7, nos seguintes termos: “Lembrai da vossa maestrina (mãe e esposa) que vos regeu; considerando atentamente o fim para o qual viveu, imitai a sua fé”. Foi um momento emocionante.
A irmã Eunice viveu para a família e para seus corais. Diaconisa da Igreja Metodista, formada na extinta Chácara Flora. Foi aluna e professora de música do Instituto Bennett da Igreja Metodista. Na Igreja Metodista Central de Campinas regeu o coral por muitos anos. Este era um, dos vários corais que regia. Uma mulher que amava a música. Era também uma poetiza. Tive acesso a um poema que escreveu quando estava sentada em sua sala de estar olhando para o lindo Ipê Rosa plantado bem à frente de sua casa. Hoje, já não existe mais esta árvore, foi necessária substituí-la. Em seu lugar hoje, encontramos um Chorão, que foi ela mesma quem plantou.
Divido com vocês está linda poesia. Com este texto desejo não somente homenageá-la postumamente, bem como também promover alívio, consolo e conforto a seus queridos. Como afirmei em minha visita: nossa esperança é que um dia encontraremos nossos queridos e queridas que partiram antes de nós.
Especialmente, expressei ao irmão Mauro meu carinho pessoal, bem como de toda a IMCC. Brinquei com ele, que é agente do devocional “No Cenáculo” de nossa igreja há 30 anos, dizendo: “Irmão Mauro o Senhor sabe por que que nós não mandamos o senhor embora do seu posto?” Ele olhou assustado. Eu continuei: “É porque não temos dinheiro para pagar sua rescisão contratual”... Rimos longamente. Tenho aprendido que o desafio bíblico é para cuidar dos viúvos também.

Desanunciando o Culto da Reforma... Foi uma bênção!!!

Há alguns anos atrás tive oportunidade de fazer um curso de locução para rádio e televisão no SENAC. O curso durou um semestre. Dentre muitas coisas que aprendi, destaco aqui o ato de anunciar e desanunciar as músicas. Anunciar: Informar ao ouvinte o nome e o autor de uma música no momento imediatamente anterior ao que ela irá ao ar. Desanunciar: Informar o ouvinte sobre o nome e o autor de uma música no momento imediatamente posterior ao que ela foi ao ar. Aproveitando esta linguagem do rádio, quero “desanunciar” o Culto da Reforma que realizamos ontem (31 de outubro) na Igreja Metodista. Como fiz vários anúncios, agora faço o desanúncio.

Iniciamos o nosso culto às 20h05min com um prelúdio realizado pelo dueto piano (Roberval Welsi) e flauta transversal (Cleide Trigo). Logo imediatamente o Coral da Igreja Metodista entoou o hino Glória e Louvor. Ao término do hino, eu saudei a toda a congregação, acolhendo-os e convidando-os há um momento de adoração através de um hino congregacional – Santo! Santo! Santo! Deus Onipotente. Estavam presentes irmãos e irmãs das seguintes igrejas protestantes históricas: Igreja Metodista (IM), Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), Igreja Presbiteriana Independente (IPI) e Igreja Presbiteriana Conservadora (IPC). Representando estas igrejas no púlpito tínhamos: Rev. Paulo Dias Nogueira – eu (IM), Rev. Sebastião Boeira (IPB), Rev. Wellington Camargo (IPI) e Pr. Kiriath Oliveira, representando o Rev. Jair Macedo (IPC).

Após o hino, apresentei um breve histórico do movimento de reforma da igreja no século XVI e depois a inserção do protestantismo no território brasileiro. Encerrei a apresentação citando uma frase de Agostinho, um dos Pais da Igreja, que diz: “No essencial unidade; no não essencial diversidade; em tudo amor”. Logo após entoamos o cântico “A começar em mim quebra corações, para que sejamos todos um, como Tu és em nós”. Enquanto catávamos, nos abraçamos e declaramos nossa disposição em quebrar as barreiras que muitas vezes nos separam como corpo de Cristo. Logo em seguida, a irmã Jerusa Ferraz, poetiza, declamou uma bela poesia baseada em Mt 4 – A tentação de Jesus.

Logo após o Rev. Sebastião assumiu o púlpito e nos conduziu a um momento especial de introspecção e oração silenciosa, alertando a todos sobre a centralidade da Palavra de Deus para a igreja nascida da Reforma. Após um tempo oportuno de oração silenciosa ele orou em voz audível e fez a leitura de 1Pe 2:4-5: “Chegando-vos para Ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, também nós mesmos, como pedras que vivem, somos edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, afim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo.”

Imediatamente passamos ao momento de louvor, ministrado pela irmã Juliana Costa, coordenadora do Ministério de Música da IM Central de Campinas. Entoamos os seguintes cânticos: 1. Cantai ao Senhor (salmo 96); 2. Em espírito e em verdade; e 3. Ao único que é digno. Após uma oração de louvor, o coral entoou mais um hino: A fé de nossos pais. Esta foi a música que nos preparou para o momento de edificação (sermão).

A pregação ficou a cargo do Rev. Wellington Camargo, que à luz do texto bíblico de Rm 12:2 - “E não vos conformeis com este século (mundo), mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. Apresentando alguns dados estatísticos, afirmou que na cidade de Campinas, cerca de um milhão de pessoas não freqüentam igreja ou religião alguma. Convidou as igrejas históricas presentes, que tem uma mensagem poderosa da parte de Deus, a abandonar questiúnculas e bairrismos denominacionais para unirem-se missionariamente para alcançar estas pessoas que estão fora das igrejas/religiões.
No momento de dedicação e consagração, o Pb. Kiriath dirigiu a litania intitulada: “O Espírito de Deus soprou, sopra e soprará”. O texto da Litania na íntegra é o seguinte:

Dirigente: O Espírito de Deus SOPROU, sopra e soprará.
Grupo 1: Soprou em Jerusalém e a Igreja se formou.
Grupo 2: Soprou sobre a igreja e ela fez discípulos e discípulas de todas as nações.
Grupo 1: Soprou sobre a igreja fria e secularizada do séc. XVI e a reformou.
Grupo 2: Soprou sobre os herdeiros da Reforma e eles se espalharam pelo mundo.

Dirigente: O Espírito de Deus soprou, SOPRA e soprará.
Grupo 1: Sopra em nossos dias e nos convoca à unidade do corpo de Cristo.
Grupo 2: Sopra sobre nós e nos capacita para a missão.
Grupo 1: Sopra sobre a igreja em Campinas e a desafia a novas reformas (... sempre se reformando)
Grupo 2: Sopra o hálito de vida para que combatamos as forças da morte.

Dirigente: O Espírito de Deus soprou, sopra e SOPRARÁ.
Grupo 1: Soprará até o grande e glorioso “Dia do Senhor”.
Grupo 2: Soprará sobre aqueles que se renderem à sua unção.
Grupo 1: Soprará capacitando um povo que “vive para servir”.
Grupo 2: Soprará para dar vida... vida abundante... vida plena... vida eterna.

Dirigente: O Espírito de Deus soprou, sopra e soprará.
Todos: Sopra Senhor sobre nós o Teu Santo Espírito. Reforma-nos... Anima-nos... Aviva-nos!
Permita que cheios do Teu Espírito, sejamos homens e mulheres, segundo o Teu coração e vivendo de acordo com a vocação que recebemos. Sopra Senhor! Sopra sobre nós o Teu Espírito. AMÉM!!! (preparado pelo Rev. Paulo Dias Nogueira)

Encerramos o culto entoando o hino de Martinho Lutero, considerado “A Marselhesa” (La Marseillaise) da Reforma Protestante. Contei um breve histórico deste hino e destaquei a grande relevância de seu tema para a vida de Lutero e o testemunho que ele prestava a seus companheiros e companheiras de movimento. No momento de entoar o hino, dividimos a congregação e o coral em dois grupos e utilizamos a seguinte dinâmica: o grupo 1 entoava a primeira linha e o grupo 2 a segunda. Alternamos até a quarta linha. Da quinta à oitava, todos entoamos juntos. Foi um momento impar.

Após oração, bênção final e amém tríplice nos dirigimos para o salão social para investirmos um pouco mais de tempo em comunhão, nos deliciando com o lanche preparado pelo ministério de lazer da IMCC. Foi um tempo agradável de bate-papo e reencontro. Diferente da formalidade do culto, neste momento as pessoas se soltaram e descontraidamente conversavam com alegria. Que este seja um primeiro encontro de muitos. Que estes possam promover entre as igrejas históricas comunhão e unidade na missão.
Sola Gratia! Sola Fidei! Sola Scriptura!
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...