sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

PALAVRA PASTORAL À CATEDRAL... Sobre crescimento qualitativo, quantitativo e orgânico (2).

O CRESCIMENTO DA IGREJA É NATURAL

E ele concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos, para o desempenho de seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo; para que não mais sejamos meninos, agitados de um lado para o outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado, e consolidado pelo auxilio de toda a junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor. (Ef 4.11-16)

 
Queridos irmão e irmãs, graça e paz!

O crescimento da igreja tem sido alvo das mais variadas denominações evangélicas, inclusive da Igreja Metodista. Ao analisar as produções bibliográficas evangélicas das últimas três décadas verifica-se um alto índice de títulos ligados a este tema. Sem detalhar, pois este é um espaço exíguo de reflexão, afirmo que muitas destas literaturas apresentam receitas simplistas para o crescimento da igreja, baseadas na experiência de outras comunidades de fé. Utilizam uma igreja que cresceu extraordinariamente como um paradigma a ser seguido. Esta proposta é uma verdadeira agressão à história, cultura, dons, economia, educação... da comunidade local. Cada comunidade deve crescer à partir de suas próprias possibilidades, levando em consideração suas forças e limites... “Tudo quanto te vier às mãos para fazer, fazê-o conforme as tuas forças” (Ec 9.10a).

O texto bíblico acima nos ensina que o crescimento/desenvolvimento da igreja é natural. Não precisamos, nem podemos, forçar este crescimento. O que podemos fazer é propiciar um ambiente saudável para que a igreja cresça/desenvolva. Assim como fazemos com a planta, regando, fertilizando, carpindo, podando, devemos fazer com a igreja. Assim como não basta dizer à uma plata que desejamos que ela cresça 10 centímetros durante o ano, não adianta estipularmos alvos numéricos para o crescimento de uma igreja como se isso bastasse. O que vai fazer crescer não é o alvo estipulado, mas sim, as condições oferecidas à igreja por ela mesma, sensibilizada pelo Espírito Santo de Deus. A igreja seguirá seu curso natural, ou seja, se bem cuidada crescerá segundo suas forças ou se mal cuidada ficará à mercê de sua “inanição”.

Como pastor titular da Catedral, reconhecendo que optamos por trabalhar este importante tema da fé, CRESCIMENTO DA IGREJA, convido-os a investir nesta bela planta de 130 anos que já deu muito fruto, mas que tem condições de crescer muito mais. No boletim passado apresentei as oito marcas das igrejas que crescem, segundo a pesquisa do Instituto de Desenvolvimento Natural da Igreja (DNI), realizada em mais de 1000 igrejas de 32 países diferentes nos 5 continentes. Acredito, que considerar estas marcas/características, investindo em seu desenvolvimento, conseguiremos levar nossa com,unidade a experimentar um crescimento natural. Mais do que encher o templo de pessoas ou mesmo o Rol de Membros de nomes, correndo o risco de forçar um inchaço – algo patológico e que tende a diminuir, queremos um crescimento saudável, crescimento este que leve em consideração nossas forças e limites, e a completude de um crescimento quantitativo, qualitativo e orgânico.

Lembrando-nos das oito marcas do crescimento segundo o DNI: 1) Liderança capacitadora; 2) Ministérios orientados pelos dons; 3) Espiritualidade contagiante; 4) Estruturas funcionais; 5) Culto inspirador; 6) Grupos familiares; 7) Evangelização orientada para as necessidades; 8) Relacionamentos marcados pelo amor fraternal.

Vamos juntos investir nestas marcas na esperança de que o crescimento aconteça naturalmente? Contamos com o envolvimento de todos os irmãos e irmãs na construção deste jeito de ser igreja, que tem todas as características apresentadas pelo metodismo histórico e brasileiro. Aos poucos nos aprofundaremos no conhecimento deste tema. Por hora, basta a boa vontade em assumir com disposição nossa parte do trabalho. Quem vai ajudar na tarefa de regar? E podar? Como vamos comprar os fertilizantes e herbicidas? Tem muita coisa por se fazer para que esta planta cresça. O que você poderá fazer? Não basta falar que a igreja precisa crescer... não adianta estipular metas prá seu crescimento. O que precisamos é investir com amor e dedicação nos cuidados desta planta/igreja que ela cresce.

Rev. Paulo Dias Nogueira

Palavra Pastoral publicada no Boletim Mensageiro
Orgão Oficial da Catedral Metodista de Piracicaba

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