Reconhecendo que muitos leitores deste blog possam
não entender o porque utilizo e cito nas liturgias dos cultos e em meus sermões
o Lecionário Comum, aproveito este espaço para de forma pedagógica
apresentar-lhes esta importante metodologia de leitura e reflexão da Palavra de
Deus.
Lecionário é uma lista de textos
das Escrituras Sagradas (chamadas lectio
– leitura) recomendadas para leitura em um dia em particular. Convencionou-se a utilização de quatro leituras
principais, a saber: uma
leitura do Antigo Testamento (Bíblia Hebraica), um Salmo, uma leitura das
epístolas e uma leitura dos Evangelhos.
A seleção dos textos é feita com o objetivo de
possibilitar uma leitura panorâmica da Bíblia, em três anos. Onde a ordem obedece
uma seqüência inspirada nos evangelhos, privilegiando, no ano A, o Evangelho de
Mateus; no ano B, o de Marcos; no C, o de Lucas; e o Evangelho de João é reservado
para as datas festivas, tais como Natal
e Páscoa.
Sua organização leva em conta o Ano Litúrgico.
Desde muito cedo na história da igreja, elaborou-se um calendário específico
que não simplesmente contasse o tempo de acordo com as estações naturais, mas
que baseado nas “estações” da vida de Cristo auxiliasse os cristãos no
conhecimento do propósito de Deus para a humanidade. Segundo o Rev. Luis Carlos Ramos, professor de liturgia e pregação da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista, o lecionário
trienal, em sua versão ecumênica, reformulada na década de 1970, tem sido
adotado pelos pastores e pastoras das principais igrejas cristãs em todo o
mundo (Anuário Litúrgico 2010 - p.343 - dados bibliográficos citado abaixo).
A vantagem em se ter um plano de leitura da
Bíblia na preparação da liturgia e da pregação é que não se omite temas e
textos importantes da Palavra de Deus. Quando não se tem um plano de leitura,
corre-se o risco do culto e da pregação se tornarem reféns das demandas do cotidiano.
Porém, não significa que devamos ignorar estas demandas do presente, mas sim,
nos negarmos a ser reféns delas. Nossa mensagem é maior.
Cabe, portanto, ao pregador e aos responsáveis
pela liturgia a sensibilidade do quando se deve romper com as leituras do Lecionário
para responder à necessidades mais emergentes. O equilíbrio e o bom senso podem
ser bons companheiros nesta decisão.
Seguir o Calendário Litúrgico, bem como, as
propostas de leituras do Lecionário Comum, é manter-se em sincronia e unidade
com o resto do Corpo de Cristo espalhado por toda a Terra. Pois os mesmos
textos lidos e pregados em nossos cultos dominicais, serão utilizados nos
cultos de muitas outras igrejas.
Além de utilizar esta metodologia, sou um
incentivador para que outros também o façam. Creio piamente que unidos na
leitura da Palavra, poderemos nos capacitar melhor para a realização de nossa
missão... pregar as BOAS NOVAS. A Faculdade de Teologia da Igreja Metodista publica todos os anos uma agenda, intitulada anuário litúrgico, que apresenta as leituras bíblicas dominicais propostas pelo Lecionário Comum, bem como todas as indicações do Calendário Litúrgico (Anuário Litúrgico 2010 / Org. Luiz Carlos Ramos.
SBCampo: EDITEO, 2009).
Se conseguirmos ler a Bíblia de forma mais
comum e conjuntamente, preparando estudos e sermões que fossem socializados,
poderíamos nos afinar mais como cristãos e romper boa parte de nossos
preconceitos e divisionismos. Como pode o Corpo de Cristo estar tão dividido? Uma
das possibilidades de iniciarmos um plano de restauração da unidade é nos
propormos a ler a Santa Palavra de forma mais uníssona... o Lecionário é uma
possibilidade. Se você quiser conhecer mais sobre o tema, me escreva: revpdn@gmail.com
Que Deus nos abençoe!
Nenhum comentário:
Postar um comentário