sexta-feira, 1 de outubro de 2010

SOBRE AS ELEIÇÕES 2010: procurando ser sensato

“Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente, aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus, o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras.” (Tt 2:11-14)

Estimados amigos e irmãos, graça e paz!
No próximo domingo iremos às urnas para eleger os homens e mulheres que se responsabilizarão pela administração pública de nosso País e de nosso Estado.
Como cristãos/ãs somos chamados/as a exercer nossa responsabilidade cristã, testemunhando por meio de nossa participação no processo eleitoral, o nosso compromisso com a cidadania e a construção de um mundo melhor.
Reconhecendo que este assunto de extrema importância tem gerado certo desgaste e que o povo cristão muitas vezes tem assumido posturas alienadas, faço aqui alguns apontamentos;
É impossível ao ser humano assumir uma postura apolítica. Segundo Aristóteles, o “homem é um animal político”. Politicamente, pode-se classificar os indivíduos em:
Alienados: desconhecem os dados mais elementares, não compreendem os porquês dos processos, evitam participar, não conseguem dar significado a seus atos na POLIS.
Conscientizados: formam a opinião pública consciente, se interessam, procuram se manter informados, fazem opções conscientes, procuram influir.
Engajados: uma parcela dos conscientizados que procura conduzir os acontecimentos, por vias eleitorais ou não-eleitorais, formais ou informais, pacíficas ou violentas: do Presidente da República a um barbeiro que atua como agente conscientizador, formador de opinião, passando pelos líderes sindicais, estudantis, partidários, etc, e os chamados grupos de pressão.
Sendo a atividade política algo necessário, válido e digno, os cristãos, esclarecidos, devem se fazer presentes, interessados em gerir a coisa pública (res publica), não só para assegurar o seu direito e cumprir suas obrigações, mas para permeá-la de valores que redundem em um maior benefício para todos e cada um.
Por muito tempo os evangélicos evitaram exercer cargos políticos, bem como realizarem campanhas políticas. Hoje esse quadro mudou. Vemos muitos evangélicos se candidatando e muitos fazendo campanhas políticas. Pode-se destacar também, o fato de algumas denominações evangélicas promoverem campanhas em favor de candidatos de sua preferência, exigindo que seus membros votem em bloco (voto de cabresto).
Porém um fenômeno que me chamou muito a atenção neste ano foi a tentativa de muitos irmãos/ãs ajudarem outros no processo de conscientização para as eleições, só que sem eles mesmos fazerem parte dos CONSCIENTIZADOS. Simplesmente recebiam e-mails ‘MANIPULADORES’ e repassavam. Nossas caixas de e-mails ficaram cheios destes e-mails.
Como evangélicos, temos muito para avançar no campo da política. Que não seja apenas no período das eleições e de forma insensata nosso envolvimento político.
A Bíblia nos ensina, que a vivência da fé não nos exime de vivermos no presente século com sensatez, buscando a justiça e praticando boas obras. A vida de piedade é fundamental para a nossa ação e testemunho de cristãos. Entretanto ela não dispensa nossa participação consciente, que tem como base os valores do Evangelho na vida sócio-política em toda a sua plenitude.
Temos que entender as Obras de Misericórdia, hoje em dia, muito mais profundamente do que a prática de caridade paternalista. Elas, hoje, devem ser entendidas como sendo a nossa contribuição, no sentido de construirmos, junto com os demais segmentos da nação brasileira, estruturas sociais, econômicas e culturais compatíveis com os valores éticos e espirituais do evangelho.
Como cristãos, a prática piedosa não deve nos afastar de nossos compromissos como cidadãos e cidadãs. Antes deve nos impulsionar a contribuir com o que temos recebido do Senhor. A Espiritualidade Cristã, vivida de forma autêntica e equilibrada, pode contribuir, em muito, com nosso povo.
Portanto, ao irmos às urnas sejamos sensatos, justos e piedosos. Que Deus tenha misericórdia de nós e de nosso povo brasileiro!

Um comentário:

  1. OH GLÓRIA!!ATÉ QUE ENFIM LEIO ALGO COERENTE SOBRE ELEIÇÃO EM NOSSO MEIO EVANGÉLICO, PRINCIPALMENTE NESTA PARTE:Porém um fenômeno que me chamou muito a atenção neste ano foi a tentativa de muitos irmãos/ãs ajudarem outros no processo de conscientização para as eleições, só que sem eles mesmos fazerem parte dos CONSCIENTIZADOS. Simplesmente recebiam e-mails ‘MANIPULADORES’ e repassavam. Nossas caixas de e-mails ficaram cheios destes e-mails.
    RECEBI VÁRIOS E-MAILS MANIPULADORES, CREIO QUE ESTA NÃO SEJA A FORMA CRISTÃ DE CONSCIENTIZAÇÃO.
    PR. PAULO O ADMIRO MUITO, DEUS O ABENÇOE A CADA DIA MAIS EM SABEDORIA E DISCERNIMENTO.
    ABRAÇOS NICINHA

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...