quarta-feira, 6 de abril de 2011

DIA DO PASTOR E DA PASTORA METODISTA - 3ª Homenagem - Discurso de Paraninfo do Bispo Scilla Franco (Formatura na FATEO em 1978)


Caminhando rumo ao 2º domingo de abril, dia em que a Igreja Metodista comemora o Dia do Pastor e da Pastora Metodista, continuo as minhas homenagens. Hoje apresento o DISCURSO DE PARINFO DO CURSO DE TEOLOGIA (1978) DO BISPO SCILLA FRANCO. Não tive a oportunidade de conviver com o bispo, tenho apenas as suas memórias contadas pelos pastores e pastoras que com ele caminharam. Porém, o fato de ter estudado e já há 13 anos ministrar aulas no Seminário que leva o seu nome, me faz senti-lo, ministerialmente, perto de mim e de minha história. Na próxima sexta-feira (08), meu grande amigo Rev. Eber Borges da Costa apresentará sua dissertação de mestrado à banca, sobre a ação pastoral deste importante bispo brasileiro. Homenageio, portanto, os pastores e pastoras metodistas com este texto, que às vésperas de um Concílio Geral, parece ser tão atual e profético.

CLIQUE ABAIXO PARA LER O DISCURSO



 
Discurso de Paraninfo

Formatura de 1978 da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista

Bispo Scilla Franco.
 

Não sendo homem de muitas letras e me vendo na circunstancia de falar a letrados, não me ocuparei da teologia ou de outra ciência qualquer, mas, se realmente posso trazer algo de útil, há de ser fundamentado na experiência de meus dezesseis anos de ministério integral de fato, de direito e de dever. Aqui cabe definir o que entendo por experiência: para mim é a soma das burradas que se cometeu e descobriu que cometeu. Se nisso eu sou pródigo, não é para mim antiguidade no oficio, pois temos vistos muitos matusaléns que estão a viver 960 anos, gerar filhos e morrer...

Evitarei falar do óbvio. Sei que fostes alertados sobre as provocações que vos esperam e das dificuldades que haveis de enfrentar, mas devo falar de algumas que, apesar de elementares, por serem tão simples, passam às vezes despercebidas.

A primeira é que sois chamados, simplesmente, para serdes pescadores de almas. Esquecidos dessa verdade muitos têm afivelado uma estampa de executivo e, se comportando como tal, distorcido a singeleza da analogia feita for Cristo. Filho da piranga, caboclo “beira corgo”, criado às margens do finado rio Piracicaba, pareceu-me ser capaz de dissecar a analogia. A primeira coisa que precisa ser dita, apesar de elementar, é que para se pegar peixes é preciso pescar. Se vós pensais em engrossar as fileiras daqueles que pescam somente aos domingos das 9 as 10 e das 18 às 19 horas jamais chegaremos a 100 mil, pois uma virtude básica do pescador é a persistência. Sei que temos aqui teólogos maciços como também são muitos os que, como eu, receberam apenas uma envernizada teológica.

Aos teólogos maciços ou envernizados eu desafio a que me provem pelas Escrituras ou pelos padres antigos, a canonicidade do ministério chamado parcial. É bem verdade que Paulo, em determinado momento de sua carreira, fez tenda enquanto exercia o ministério, mas o contexto é de meridiana clareza: fez para não ser pesado à igreja. O que vemos hoje é a institucionalização na exceção de um hiperbolismo que a vivos, medo, e aos mortos, espanto faz como diria Camões. Isto é, tem gente que, baseado no texto paulino, vai logo fazendo um metrô e sendo pesados à igreja cobrando um cachê demasiado alto para sermões estéreis, aduladores e sem conseqüências...

A segunda, também evidente, é que para pescar é preciso ir onde está o peixe. Algumas vezes vou pescar com os índios, e quando eles dizem que descobriram um bom pesqueiro já sei que é um lugar de difícil acesso, cheio de tranqueiras, pernilongos e toda a sorte de dificuldades, mas onde há peixes. A “traia” que usam não vai além do milenar caniço e um anelídeo que o vulgo chama de minhoca, mas pegam peixes... Entre nós, os apóstolos do comodismo têm feito crer que todos os meios secularmente consagrados da pesca de almas estão superados: culto ao ar livre, série de conferências, entrega de folhetos, cultos domiciliares e principalmente visitação. Mas nada oferecem como substituição a não ser um palavrório oco, retirado do vocabulário dos tecnocratas seculares que de igual modo não atendem o clamor e a necessidade do povo.

Essa tecnocracia tem levados muitos a sofisticar seus apetrechos, de modo que leva, às vezes, a tentar substituir a ação do Espírito por objetos meramente humanos e, por isso, fadado ao fracasso.

Essa “tecnicomania” tem nos feitos enviar as águas mais ictiólogos que pescadores e, apesar de sua bagagem dispendiosa, votam de samburá vazio das mesmas águas em que os outros grupos lotam o barco. E há os que tratam a igreja de Cristo, a “Noiva do Cordeiro”, como empresa e, ao pastor, o “Anjo da Igreja”, como executivo, que se a igreja foi uma empresa, a julgar pela produção do ultimo quadriênio, iria à falência e nós iríamos todos para o olho da rua, ou se vivêssemos de porcentagem sobre a produção, morreríamos de fome. Certa vez, um cidadão querendo me embaraçar perguntou-me em público o que eu chamo de pastor eficiente, e eu respondi: “Se somos pescadores de homens, pescador eficiente é o que pega peixe, ouça que tem ouvidos de ouvir...”

Todos os argumentos que conheço para defender o ministério “bico” são baseados em fatores de ordem econômica-social e eminentemente capitalista. Porém nenhum da palavra de Deus, a não ser que façamos como o cidadão que queria abrir uma igreja para si, mas faltava-lhe a base bíblica.

Então tomo a passagem que Davi lamenta a morte de seu filho e leu: “Abre salão meu filho, abre salão” _ e abriu um salão de cultos.

É óbvio que não defendo a ociosidade como certo cidadão que ia pescar sem isca, pois os passantes não o incomodaram porque julgavam que estava pescando, e nem os peixes... O que estou tentando dizer é que sois chamados para serem pescadores e não professores, advogados, corretores e coisas tais.

Se a comunidade na qual estiver enxertados depender desses serviços e estiver em vosso alcance fazê-lo, deveis socorrê-la, mas nunca por ganância e muito menos cometendo a imoralidade de receber salário integral ou por tempo parcial ou de fazer um ministério sem garra, porque também está escrito: “Maldito é o que faz a obra do Senhor com relaxamento...”

Jesus gastou três anos para transformar os seus em pescadores de homens. Nesse campo, qualquer improvisação é desastrosa. Um estudo feito pelo Rev. Santee projetava a formação ministerial em três planos: vocação, condições bíblicas e de ordem eclesial.

A igreja primitiva sabia diferenciar a vocação de pastor da de doutor, mestre, governo etc. Apesar dos enormes progressos nós regredimos quando exigimos que o pastor seja tudo ao mesmo tempo, um factotum em plena era da especialização. Isso o coloca entre duas opções: ou um clérigo secularizado ou um santo marginalizado.

Quando um profissional liberal vai à igreja, vai buscar um refrigério, quer ouvir uma boa-nova, e não alguém arredar do púlpito aquilo que ele faz muito melhor em sua vida secular. Essa polivalência exigida do pastor leva-o à concentração de forças em fazer cursos e mais cursos a fim de se manter no topo da pirâmide e se descuidar do rebanho, vindo apenas para se abastecer dele, apascentando-se a si mesmo.

E ainda há quem esteja procurando as causas da dispersão do rebanho... O processo não será interrompido sem violência, pois os que detêm o poder não pode exigir dos outros o que eles próprios não fizeram e não fazem. Se chamais isso de subversão, revolução, não importa.

A minha própria presença aqui é sintomática e minha vaidade não é suficiente para me convencer que estou aqui por mérito próprio. Quando falo em violência, digo que se não fizermos uma revolução, Deus fará. Talvez seja preciso as igrejas voltar às catacumbas, pois não consta das lições de história que os privilegiados de qualquer situação se desfaçam de seus privilégios de motu próprio, mas existe também um processo democrático para isso: uma constituinte, pois o que temos feito é colocar remendo novo em pano velho e com tal imperfeição que a lei já sai remendada por atos complementares, ou com artigos que todos já sabem que não serão cumpridos, como o do ministério de dedicação exclusiva ou da itinerância.

Porque não eliminarmos coisas que na pratica se tornaram inexeqüíveis? Dirão que uma constituinte custará muito cara à igreja. Mas alguém já calculou o que custa à igreja essa inquietante competição em que o pastorado é apenas o degrau de uma escada para galgar melhores postos? Já se faz o balanço do custo do preparo de um pastor que vai depois ocupar o lugar de um leigo?

Ou quantos pastores estão sem paróquia enquanto centenas morrem diariamente sem ouvir o Evangelho? Ou será que em nosso laicato não há profissionais capazes para exercer essas funções?

Temo que seja indiferença do laicato ou empreguismo puro e simples ou os dois. Melhor se for o zelo da causa que torna os pastores tão abrangentes. Se for isso, é melhor seguir a orientação do Evangelho, que manda nomear homens íntegros para isso, e vós cuidardes da Palavra e da oração.

Por que não uma lei na qual o mestre tenha galardão de mestre, o doutor de doutor, e assim por diante? Não é justo que pessoas completamente fora do exercício pastoral votem leis que eles não vão cumprir que tenham os direitos e não os deveres de pastor. Não é justo que aqueles que tem seu sustento de outras fontes empatem igrejas que poderiam sustentar outro que, segundo o mandamento paulino, trabalho no Evangelho e vive do Evangelho.

É hora de definições. Afinal foi o próprio Cristo que disse: “Ninguém pode servir a dois senhores...”

Das exigências bíblicas, a que todos se submetem sem exceção é a de ser primeiro provado para depois ordenado. Mesmo assim já vi seminarista, mal saído dos cueiros, fazer exigências que foram atendidas em detrimento daqueles que foram suficientemente ingênuos para crer que um critério bíblico não seria mudado e que sua folha de serviço seria levada em conta.

Houve um homem muito intelectual, competente, mas que saiu do seminário e foi para o norte do Paraná, quando era sertão dos bravos; isso não o diminuiu em nada, apenas o enriqueceu, forjou para ser mais tarde príncipe da Igreja, de saudosa memória. E por que isso não é uma exigência canônica? Porque uns têm de subir a duras penas, quando conseguem subir, e outros já descem de pára-quedas? Afinal, o que é critério? Qual é o parquímetro que mede a competência e a eficiência pastoral?

Não há nada de pastoral nisso porque eu próprio já subi mais do que devia... Quando às demais exigências bíblicas, ou se pressupõe que todos já as possuem, o que é uma ingenuidade, ou que ninguém as possuem, o que é uma temeridade.

O fato é que quando somos indulgentes conosco mesmos, perdemos a condição de exigir dos outros, o que desencadeia um processo descaracterizante só estável por um ato de Deus, por uma reforma democrática ou uma revolução.

Quanto as exigência de ordem eclesial, parecem muito acertadas. Tenho apenas duvidas que seja necessário todo pastor ser bacharel, exatamente quando os educadores seculares estão dando maior ênfase ao nível técnico em todas as áreas, havendo países onde existe até na área de medicina. Mas, nesse campo me confesso incompetente para opinar: que os doutos no assunto falem...

Mas eu ia me esquecendo que propunha falar de pesca.

Deveis estar atentos porque os tempos são difíceis, as águas estão poluídas, os peixes escassos e nutridos com os dejectos dos canais de comunicação que entram até o recôndito de suas tocas, indispondo-os para saírem e farejar uma isca ainda que nutritiva.

Mas, o que é a poluição? Nada mais que resíduos químicos, orgânicos, colocados em excesso e em lugar errado, pois em si, o mercúrio, o enxofre, os detergentes são úteis e indispensáveis à moderna civilização.

O ecumenismo pode se tornar num agente poluidor quando inabilmente utilizado. Ser ecumenista não é uma opção: ou se é ecumenista ou não se é cristão. Jesus orou e pediu a Deus: “Pai, que eles sejam um”. Como ele ensinou que tudo que pedíssemos, crendo, receberíamos, ou Ele pediu sem fé, ou não é verdade o que disse, ou os verdadeiros cristãos são ecumênicos. Há os que torcem as Escrituras para sua própria perdição, dizendo que isso se cumprirá na eternidade, porém Ele acabava de orar “não os tireis do mundo”.

Ocorre que há muita gente fazendo casamento de “a meia” com padre e chamando a isso de ecumenismo, um ato em que os principais interessados não têm a mínima convicção da fé que professam e concordam numa cerimônia sincrética para agradar terceiros e principalmente uma sociedade ávida de festa. Não pode nunca ser chamado de “unir o Senhor” e muito menos sacramento.

O ecumenismo torna-se um agente poluidor quando prega um universalismo perigoso, que esfria o ardor evangelístico, principalmente dos apressados em concluir: “Pois se todos estão salvos são irmãos, se todas as religiões são boas para que evangelizar?”

Mas se voltarmos os olhos para as prisões abarrotadas, para os trombadinhas, para os antros de prostituição, aos viciados de todas as naipes, a cunha do desequilíbrio social cada vez mais penetrante onde os ricos podem ter até piscinas, ondas artificiais, enquanto os pobres não tem água para beber, havemos de concluir que nem todos são cristãos e, principalmente, são salvos...

Não importando a religião que os emplaquem nós podemos nos unir, não numa superigreja que seria a besta do apocalipse, mas se alguns pescadores indoutos puderam abalar as estruturas do Império Romano, transtornar o mundo, o que não se faria se todos os cristãos se unissem em favor dos pobres, dos oprimidos e das grandes causas?

Mas o que vemos são os cristãos retalhando a túnica inconsulte de Cristo, que os incircuncisos não tiveram coragem de rasgar... Contra esses males só há um remédio: o amor produzido por coração realmente convertido.

Um grupo de agente poluidores, chamados nas escrituras de “vãs filosofias”, “fabulas”, “comichão nos ouvidos”, tem a agravante de atacar muito mais o pescador do que os peixes, pois os que respiram seus ares ficam cada vez mais inchados e, num processo avançado, acabam deixando a profissão. Eu me refiro àqueles que têm-se enchido de cultura livresca e academicismo, esquecendo que a verdadeira sabedoria vem de Deus, e tentam harmonizar princípios puramente materialistas com coisas que somente podem ser tidas e aceitas pela fé, porque não reconhecem nenhuma manifestação extra-sensorial, negam a intervenção de Deus na historia e principalmente os milagres.

Um deles declarou pela televisão que não existe os demônios nem os endemoniados. Perguntado sobre o gadareno e os demônios que entraram nos porcos, deu sua explicação “cientifica”. Disse que os porcos se assustaram com o barulho e num estouro caíram num abismo. Conquanto pareça muito sábio em sua ciência, demonstrou a mais grata ignorância de zoologia e principalmente anatomia e comportamento dos suínos, pois o porco tendo a cabeça triangular com os olhos apontados para o solo poderia até trombar em muita coisa, menos cair em precipícios. Segundo, porco não estoura: quando perseguido corre alguns metros, volta-se contra o perseguidor, depois debanda e amoita. Passando o perigo solta grunhidos para localizar os companheiros e recompor a vara, daí o dito popular “para quem está casando porco toda moita ronca”. Eles precipitaram-se no lago porque os demônios impeliram, não importa os nomes que os parapsicólogos dêem a isso.

Ora, isso tem levado muitos a tentar vencer com armas carnais, inimigos espirituais. Conheço um pastor argentino que certa vez foi agredido quando dirigia um culto ao ar livre. Sendo de físico avantajado, respondeu tirando o paletó dizendo: “Satanáz, quieres guerra... tendrás” e, partiu para ignorância, se esquecendo que nossas armas não são carnais... O remédio para esse mal se chama humildade e submissão.

O proselitismo pode ser um agente poluidor. Quando Jesus disse aos seus discípulos “ide, fazei discípulos de todas as nações” era, sem duvida, uma ordem proselitista. Quando seus discípulos faziam e batizavam mais discípulos que João, era sem duvida proselitistas. Portanto, há proselitismo e proselitismo e o nosso medo de ser enquadrado como tal tem permitido que outros esvaziem o nosso pesqueiro. Quando chegaremos aos 100 mil sem fazer proselitismo? Por acaso vamos fazer gente de plástico e sopra-lhes espírito?

Quando a juventude e alguns lotam as discotecas por falta de coisa melhor; Quando em cada esquina medram os explorados de credulidade alheia ou pregadores de seitas esdrúxulas, como não fazer proselititsmo? Ou devemos ficar dormindo como Jonas, enquanto outros buscam soluções em deuses impotentes?

Quanto ao proselitismo fanatizante, retalhador, de que se servem indivíduos inescrupulosos que locupletam como abutres da ignorância do povo, deixo de considerar. Para se tratar com o prosetislismo é preciso duas coisas: paixão pelas almas e uma ética condizente com a função de ministro de Cristo.

Com o nome de pentecostalismo, renovação, avivamento, carismáticos, e alguns que se chamam sem nome, está ocorrendo um fenômeno que pode ajudar ou atrapalhar a pesca. Não é possível negar pelas Escrituras e nem pela historia da Igreja, o caráter carismático do Evangelho: o próprio Wesley foi chamado de “roedor de Bíblia”, os seus “clube santo”. Será que hoje não seria ele taxado de carismático? Não é verdade que Wesley pretendia o avivamento do povo de Deus? Por isso eu vos rogo, pela compaixão de Deus, que olheis com muito amor esse movimento e com espírito desarmado, como convém aos santos, para que não sejais achados contendendo com Deus.

Aqui, permitam uma experiência. No fim da década de 40 eu era membro da igreja de Campinas e iniciava-se lá um movimento chamado “Tenda”. Alguns ficaram entusiasmados e começaram falar aleluia em vez de amém nas orações. Nós, direta o indiretamente, os botamos para fora da igreja.

Não há muito tempo participei de uma reunião oficial da Igreja, era um congresso. Lá se falava além de aleluia, glória, batiam palmas e os pés, sem contar algumas rebolantes chacretes evangélicas que entre as mastigadas de chicletes ululavam uma música frenética, cheia de ritmo, pobre de conteúdo e por muitas vezes cheirando a heresias.

Será que o que era errado em 1948 ficou certo agora? Cuidado, jovens, não invistais contra algo que amanha possa ser recomendado como a coisa mais digna de ser buscada. Aprendam com a minha experiência: “macaco que foi mordido por cobra não vai em pescaria só para pegar em minhoca”.

Cuidado, principalmente porque onde as pessoas nem sempre habilitadas votam matéria eclesiástica é possível até criar bispo a prazo fixo, solução à brasileira, porque é anomalia estranha ao episcopado histórico.

Cuidado, porque especialmente os compromissados com o presente século tem uma verdadeira “pneumatofobia”, porque uma vida entregue ao Espírito significa a renuncia de acomodação e privilégios e a encarnação do Evangelho, a crucificação do “eu”. Não temais os carismáticos, aprendeis antes a discernir os espíritos.

Conta-se que num concilio havia um bispo carismático. Certo dia, o tintureiro, querendo fazer troça, disse: “Bispo, o senhor falou que Deus revela, vamos ver na pratica: Tenho aqui duas calças, uma é de um carismático, qual?” O bispo examinou e disse: “Está!”. O homem admirado perguntou: “como?” Ele respondeu: “Elementar, meu caro, o carismático gastou as calças nos joelhos, outro no traseiro”. E, Não vai ser em poltronas giratórias que vamos chegar aos 100 mil. Chegaremos, sim, se for de joelhos.

Mas, Quando o carismático se torna um elemento poluidor? Quando ele tem mais barulho do que vida. Cuidado, seu grito regulasse porco não morria. Quando cheio de orgulho espiritual, ele nem ora mais com os publicados e pecadores, mas em rodinha, separado; quando ele deixa de ser coservo e passa a ser juiz dos irmãos; quando ele começa pregar uma religião sideral, extraterrena, distanciada da realidade presente na qual o corpo deve sofrer toda sorte de opressão e injustiça, numa convivência criminosa para, em troca de uma parusia distante, a lama receber quiçá um par de asas, uma coroa e uma harpa para tanger eternamente...

Essa dicotomia estranha aos evangelhos, não precisa de argumentos teológicos para demonstrar que se tratam de artimanhas do diabo, basta que observeis que um corpo sem alma é defunto e uma alma sem corpo, se houver, é assombração.

Observai especialmente como vivem se são honestos em seus negócios, se não roubam o Senhor nos dízimos e ofertas, se têm bom testemunho por fora e principalmente se são mentirosos.

Conheci uma pregadora, e era metodista, se fosse verdade as pessoas que ela “convertia” em cada serie de pregação, o Brasil devia ter 115 milhões de metodista.

Cuidado, jovens, se são mentirosos não são carismáticos, são filhos do diabo porque o diabo é o pai da mentira. Mas se não puderdes surpreendê-los em nenhuma dessas falhas, é bem provável que estejam corretos nas demais.

Lembrai-vos sobre tudo que nas coisas que não são essenciais “nós pensamos e deixamos de pensar”, porque é perigoso deixar o tolo pensar porque ele pensa tolice. Cuidado ainda, estejam acordados como bons sentinelas, pois esse tipo de agente poluidor muitas vezes levam os peixes e o pescador junto.

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