terça-feira, 30 de novembro de 2010

CULTO VESPERTINO: Coro de Câmera de Piracicaba na Catedral... 1º Dom do Advento.


No Culto Vespertino do domingo passado, tivemos a alegria de receber novamente em nossa igreja local o Coro de Câmera de Piracicaba. Conforme compartilhei a algumas postagens atrás, eles apresentaram duas peças: 1) Trechos da Primeira Parte de “O Messias” - Georg Friedrich Händel (1685-1759; 2) Cantata Noite de Natal - Ernst Mahle (1982). Seguindo a proposta do Ministério de Liturgia de nossa igreja local, onde sugeriram que a reflexão pastoral trabalhasse como tema a anunciação da vinda do Messias por um dos profetas do Antigo Testamento, preguei sobre a mensagem de Isaías 9.1-7, intitulando o sermão de: “A esperança da vinda do Messias”.

Apresento abaixo um breve histórico sobre as duas peças musicais:




O Messias - Georg Friedrich Händel (1685-1759)

O Messias é o oratório mais popular de Handel. A popularidade de O Messias é merecida. O Messias normalmente ouvido por nós, principalmente no célebre Aleluia, está bem longe daquilo que foi planejado originalmente por Handel. Pode parecer surpreendente a muitos o fato de que Haendel, enquanto compunha o Oratório, lutava contra problemas administrativos que o levaram a utilizar um grupo pequeno de músicos, pela simples razão de que não os havia na Dublin de 1742 e de que era oneroso buscá-los em outras cidades. Haendel dispunha apenas de 16 cantores-solistas e uma orquestra mínima, mas a estréia foi assim mesmo. No curso destes mais de 260 anos, o popular Messias foi executado de todas as formas imagináveis. Nas antigas gravações da obra e até hoje, são ouvidos enormes corais, oboés dobrando as vozes - não há oboés na versão original -, fagotes no baixo contínuo – fagotes no original?, Que fagotes? - etc. Tudo começa com alguém perguntando “Mas, e se Händel dispusesse de um coral de 96 elementos e pudesse quadruplicar a orquestra, a música seria diferente?”. É lendária velocidade com que Handel escrevia suas obras: os mais de 140 minutos deste oratório foram escritos em apenas 21 dias. Entretanto, ele sempre produzia assim: seus doze concerti grossi opus 6 foram escritos em 24 dias, quando há pessoas que não conseguiriam sequer copiá-los nesse período! Depois da elogiada e aplaudidíssima estréia em Dublin (em 13 de abril de 1742), o oratório caiu no limbo. Só com alguns anos de atraso e quase à morte, Händel pode ver seu oratório triunfar em Londres.

Noite de Natal (Cantata) - Ernst Mahle – 1987

A Cantata Noite de Natal faz parte da busca pelas raízes do Natal Brasileiro, pelo Maestro Mahle. Essa busca deu-se em virtude da conscientização de que esse aspecto está praticamente esquecido em nossa sociedade moderna e internacionalizada. Essa pesquisa acabou chegando ao fato folclórico, que não se restringe à simples expressão musical, mas a todo um conjunto de tradições, expressões dramáticas, carregadas de significado, e que moldaram o nosso povo, nossa música, nosso jeito de ser e festejar. O Natal desenvolve-se nos seus aspectos folclóricos em derredor da Missa do Galo, construção e visita aos presépios. A Missa do Galo, realizada à meia noite de 24 de dezembro, participa do nosso contexto folclórico, no seu aspecto de ponto de encontro no interior das igrejas ou na parte externa e vizinhanças, de quem espera a saída da missa. Afora o seu significado religioso católico, ir à Missa do Galo é costume tradicional e folclórico de nossa gente. Na apresentação de folguedos populares, o ciclo de Natal no Brasil reveste-se de muita importância, principalmente no Nordeste, onde se apresentam Reisados, Reiseiros, Guerreiros, Pastoris, Baile Pastoril ou Presépio, que podem funcionar como grupos que angariam donativos para as festas ou que homenageiam o nascimento de Jesus, através da visita aos presépios ou apenas em cantorias. Na Amazônia é assinalado, principalmente, pela presença das Pastorinhas ou Pastoril e no Sul pelas Folias de Reis ou Santos Reis. O texto da Cantata Noite de Natal do Maestro Ernst Mahle, composta em 1987, é baseado no folclore brasileiro, extraído, compilado e adaptado do livro Pastorinhas, Pastoris, Presépios e Lapinhas, de Dulce Martins Lamas.

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