Hoje pela manhã fui me despedir de mais uma
pessoa querida, D. Conceição. Durante meu pastorado na Igreja Metodista Central
de Campinas, visitei-a várias vezes. Ela e seu marido, o irmão Odail, estavam
muito enfermos durante este tempo. Nestas ocasiões conversávamos um pouco, líamos
a Bíblia e celebrávamos a Santa Ceia. Algumas pessoas estiveram comigo nestas
visitas: Jussara Bicudo, Pastora Rosana e Pastor Nicanor. Nestes dois anos que
a pastoreei, ela me presenteou com ovos de páscoa. Ela ficava aguardando minha
visita próxima à Páscoa para me entregar o presente.
Uma visita que me marcou e que registrei neste
blog, foi a que fiz no dia 29 de agosto de 2013. Na ocasião ela e o sr. Odail
estavam na cama em convalescência. Pedi a ela para fotografar o “retrato”
(assim se falava antigamente) que estava na estante para compartilhar com as
pessoas. Ela aprovou e disse que nesta época os dois estavam com 23 anos de
idade. Dentre as várias afirmações que ela nos fez, destaco aqui a seguinte: “Não reclamo dos limites e enfermidades que
estou enfrentando, pois eles fazem parte da vida. Tive oportunidade de viajar
bastante e aproveitar minha vida ao lado do Odayl. Não importa a forma, a vida
vale a pena ser vivida”.
Outra visita, que também tenho registrada,
aconteceu 20 de setembro de 2013. De todas as visitas que fiz ao casal, esta
foi a que o irmão Odail mais interagiu. Ele até fez uma piadinha comigo. Eu lhe
disse que estava muito feliz por vê-lo de pé e mais disposto. Ele me respondeu
com um largo sorriso: Eu nunca tirei o pé... sempre fiquei com ele. Ambos
rimos. Eu disse: O senhor está tirando sarro de mim. Que bom vê-lo animado. Antes
de ir embora pedi para tirar uma foto com o casal, já que estavam arrumados...
chiques. Ela disse que o preço era eu levar uma foto revelada para eles.
Reconhecendo o quão difícil é nos despedir das
pessoas que amamos, trago à memória as palavras do autor bíblico: “Não
queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem,
para não vos entristecerdes como os demais, que não tem esperança” (1Ts 4:13). Nossa
esperança do porvir pode nos ajudar durante este período de dor. Ainda que,
momentaneamente, nos separemos de nossa querida irmã, temos a convicção de
reencontrá-la na eternidade. Neste tempo de despedida, o melhor a dizer é “até
breve” e não “adeus”. Nossa esperança é de vivermos a eternidade juntos e na
presença de Deus.
Assim seja!
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