Minha mãe, tia Anita e tia Madevi dias antes de sua partida |
Acabei de receber a notícia do
falecimento de uma tia querida. Na realidade tia dos meus pais que são primos.
A mãe de meu pai e a mãe de minha eram irmãs. A tia que faleceu era a irmã mais
nova das duas... a caçula. A ligação desta tia para com a minha família é muito
mais do que a consanguinidade. Ela foi a discípula de Cristo que levou o Evangelho
aos meus pais.
A minha primeira experiência de
fé foi com ela, dois anos antes de meus pais se converterem. Ela se hospedava
em nossa casa, na cidade de São Paulo, quando necessitava de tratamentos
médicos. Durante o tempo que passava lá, falava do amor de Deus e das Escrituras Sagradas. Na época meu pai era macumbeiro atuante e minha mãe uma
católica nominal. Minha experiência ligada a fé cristã se deu em 1977, quando
tinha apenas 7 anos de idade. Eu acabara de passar por uma cirurgia onde
retirei as amídalas, a adenoide e lancetei o ouvido. Após minha alta, quando
cheguei em casa, meus pais perguntaram o que eu queria comer. Eles estavam me
agradando, pois eu estava convalescente. Na mesma hora eu pedi um sanduíche de
mortadela e guaraná. Minha mãe disse que isto faria doer a garganta. Eu
imediatamente me lembrei que a tia Anita estava em casa e pedi para que ela
lesse o livro preto dela na hora que eu estivesse comendo para que não sentisse
dor. Lembro-me que ela leu o Salmo 23. Pasmem!! Comi e bebi sem sentir nenhuma
dor. Ela dizia que aquele livro tinha poder e que nós precisávamos crer. Em
minha inocência infantil, interpretei literalmente o poder de me ajudar naquele
momento e fui abençoado.
A conversão de meus pais
aconteceu apenas 2 anos depois. Na época a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) estava se iniciando. Meu pai estava muito enfermo neste período. Sua doença era
crônica e estava avançada. Passava por várias internações. A tia Anita, que
viera novamente para mais um período de tratamento, insistiu que meu pai fosse
nessa igreja com ela. As pessoas diziam que os enfermos eram curados. Depois de
relutar muito, meu pai cedeu e levou minha tia na IURD do Ipiranga – São Paulo.
Neste primeiro culto meu pai já foi impactado com a mensagem do Evangelho. O
preconceito para com “crentes” caiu por terra. Após frequentar esta comunidade por
algumas semanas, fomos à Igreja Batista Regular de Americanópolis (bairro que morávamos).
Lá meus pais responderam sim ao apelo por salvação em Cristo e foram batizados.
Lembro-me do dia do batismo, 31 de dezembro de 1979.
Depois da conversão, a tia Anita
compartilhou conosco que durante muitos anos ela colocava o nome de nossa família
na lista de oração dos cultos de quarta-feira de sua igreja local: Igreja
Presbiteriana de Machado – MG. Além de nos evangelizar todas as vezes que ia a
São Paulo, ela intercedia semanalmente por nós. Ela foi uma verdadeira apostola
para nossa família. Meu pai e minha mãe se firmaram em Cristo e nos ensinaram o
caminho da fé e missão. Somos quatro irmãos: Paulo (eu), Patrícia, Perla e
Priscila. Todos nós servimos ao Senhor e vivemos debaixo de seu temor.
Acredito que possa dizer em nome
de toda a minha família que somos gratos pela insistência, fidelidade e
testemunho da tia Anita. Enquanto escrevo estas palavras seu corpo ainda está
no hospital esperando os agentes funerários. Seu corpo voltará à terra de onde
veio. Como nos afirma o texto bíblico: “Pó ao pó... terra à terra”. Porém, sua
alma descansa naquele que a arregimentou e sustentou durante todos estes anos. Há
uma música gravada pelo quarteto Palavra da Vida, cujo refrão diz assim: “O que
você fez pra Deus valeu, pois foi a mim que alcançou”. Gostaria de externar
publicamente estas palavras, no desejo de honrar a memória da tia Anita: Querida
tia, o que a senhora fez para o Senhor valeu demais, pois alcançou minha
família. OBRIGADO!!!
Daqui a pouco sairei de viajem
para me despedir de seu corpo e me solidarizar com nossos queridos. Como somos
cristãos e sabemos da eternidade ao lado do Senhor, não diremos adeus, mas até
breve tia Anita. Nos encontraremos novamente além do Jordão. Como nos afirma o
texto bíblico de Apocalipse 14:13: “Felizes os mortos que desde agora morrem no
Senhor. Sim, diz o Espírito para que descansem dos seus trabalhos, pois suas
obras os acompanham”.
Descansa, serva do Senhor!!!
Descansa, querida tia!!! Até breve!!!
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