Uma relíquia... meu primeiro presente |
No dia do meu nascimento, 04 de
janeiro de 1970, meu pai escreveu este breve bilhete. Perguntei para minha mãe
sobre esta história e ela me contou. Morando em São Paulo e vivendo de forma
muito precária, meu pai não pode oferecer à minha mãe uma possibilidade de
parto melhor. Acompanhou-a até a maternidade para mães solteiras e despediu-se
dela. Depois ficou rodeando o hospital até descobrir uma forma de entrar e
poder vê-la. Como ela ficou num quarto térreo, ele entrava pelo corredor
externo e subia na janela. Minha mãe disse que ele não se afastou dali. Ele
conversava um pouco com ela, dava uma olhadinha em mim e depois saía disfarçando-se.
Numa dessas idas à visita através da janela, ele entregou este bilhetinho para
minha mãe. Este foi um primeiro presente que recebi de meu pai. Uma
declaração de gratidão à Deus por minha
vida.
Na casa que eles construíram |
Fomos morar num bairro muito pobre, numa casa que meus pais construíram
com suas próprias mãos. Neste lugar humilde foi que recebi meus primeiros
cuidados e o carinho de meus pais. O tempo se passou, ganhei três irmãs
(Patrícia, Perla e Priscila), cresci, me tornei adulto e sou pai. O meu pai
descansou em Deus há 12 anos atrás. Dele guardo as boas lembranças e todas as
alegrias vividas. As coisas que não foram tão agradáveis, ficaram para trás e
já foram esquecidas em sua maioria. Hoje, só posso dizer que tenho saudades. Louvo
a Deus por sua vida e por tudo que fez por mim. Na esperança da ressurreição,
creio que um dia nos encontraremos. Portanto, até breve!
Última foto antes de sua morte - janeiro de 2002 |
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