Nos últimos dias tenho me sentido muito confuso.
Nas copas passadas eu ficava eufórico com a possibilidade de
ver um campeonato mundial de futebol de altíssimo nível. Na realidade os jogos são verdadeiros espetáculos. Torcer, vibrar e gritar para o Brasil era condição
sine qua non (sem a qual não pode ser).
PORÉM, diante de tudo que ouvi e vi na preparação da copa
aqui no Brasil, fiquei extremamente frustrado. Ante a todo o movimento de
preparação e adequação de nossos espaços para acolher os jogadores, equipes
técnicas e torcedores de todo mundo, presenciei a corrupção deslavada.
Descobri que minha chateação não era com o campeonato, mas
sim com a corrupção de seus organizadores. Não concordo com as posturas da
elite e do (des)Governo que se aproveitando desta bela festa, roubaram, roubam
e provavelmente continuaram roubando por um tempo.
Apoio plenamente as manifestações e protestos que buscam por
justiça e dignidade. Desejo que estas manifestações seja um marco na busca por
um país mais justo. Que os manifestantes sejam dignificados em suas
revindicações, mas que também possam agir com dignidade.
Já que minha indignação é com aqueles que estão fora dos
campos de futebol, não culparei os times e seus jogadores. Aproveitarei este momento
para assistir os espetáculos futebolísticos, porém consciente de que o nosso
campeonato não acabará após os 90 minutos do último jogo. Devemos continuar nos
unindo fora dos estádios (arenas) para lutar contra a corrupção.
Desejo que esta copa, por ser realizada aqui no Brasil, não
seja um anestésico no nosso povo. Vou torcer para que o Brasil seja campeão, porém,
meu maior desejo é que todos sejamos campeões fora de campo. Termino com a seguinte afirmação: "o
espetáculo dentro do campo, não pode nos anestesiar, imobilizando-nos de construir
um país mais justo onde todos sejam vitoriosos".
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