terça-feira, 21 de abril de 2015

MOQUECA - do pantanal para a mesa Campineira

Moqueca - 21 de abril de 2015

Neste feriado, após rever alguns dos moradores do pantanal mato-grossense que se alojaram temporariamente em meu freezer, tive uma ideia. Transformei-os em uma saborosa moqueca. Naveguei pela net em busca de uma receita, mas no final compus uma própria. Ficou deliciosa!!! Dedico-a a meu amigo Rogério Caputi com quem tive o prazer de realizar esta pescaria no município de São Pedro de Joselândia no pantanal do Mato Grosso. "MOLÉSTIA A PARTE, O TREM FICOU BÃO"




segunda-feira, 20 de abril de 2015

Pregação - Seguindo o exemplo de José - viver o sonho de Deus (Vinícius Dias)


Vinícius Dias pregando na IM Jd. Pacaembú - Campinas - SP

Ontem, 19 de abril, participei do culto vespertino da IM Jd. Pacaembú. Segundo  o planejamento local este culto ficou sob a responsabilidade dos jovens. Contando com a presença de vários visitantes e especialmente de músicos da Igreja Metodista Central de Campinas, celebramos ao Senhor. A pastora Laís iniciou o culto acolhendo a todos e logo após passou a palavra ao Lucas, seu esposo, que conduziu a liturgia. O sermão foi proferido pelo jovem Vinícius Dias da Igreja Metodista em Presidente Bernardes-SP. Tive oportunidade de conhecê-lo durante o período do Programa de Orientação Vocacional (POV) realizado no ano passado. Compartilho abaixo algumas anotações que fiz durante o sermão.

O pregador iniciou sua palavra saudando a todos e convidando a comunidade para a leitura de Gn 37:5a - "Teve José um sonho". Logo após, disse que estaria compartilhando a história de José, ou mais especificamente, a persistência de José em viver o sonho de Deus para ele.

Afirmou que existem três tipos de sonhadores:

1) os que só sonham
2) os que deliram
3) os que sonham e tem compromisso com o que sonharam.

Disse que em sua percepção ao ler a história dos pais de José, sua mãe (Raquel) parece ser uma mulher muito bonita, logo José também provavelmente seria muito bonito. Outro ponto é que por ser filho da mulher que Jacó mais amava e até então ser o mais novo entre seus irmãos, José fora muito mimado pelo pai.

O pregador destacou o sonho de José. Seu feixe ficava em pé e o de seus irmãos se curvavam perante o dele. Ao repartir isto com todos começou a sofrer retaliações.  Ele passou por muitas dificuldades até que este sonho viesse a se cumprir.

No episódio da venda de José pelos irmãos, o pregador destacou a provável angustia de José a ver seus irmãos irado com ele e discutindo se o matariam ou venderiam. Neste momento parecia que quem estava controlando a vida de José era seus irmãos, porém isto é um engano. A vida dele estava nas mãos  de Deus.  Assim também é na vida do cristão. Podemos até passar por dificuldades, porém  quem está  no controle é Deus. Pode ser que haja momentos que a vida nos leve a caminhos que não desejamos. Se acontecer com você, faça como José, leve Deus na bagagem.

Chegando no Egito ele foi trabalhar na casa de Potifar. Parecia que ele estava por baixo. Mas ele foi prosperando. Neste momento a mulher de Potifar se ofereceu a ele. Mas ele resistiu. Fugindo ele deixou  túnica para trás e ficou parecendo que ele estava errado.

Assim como José muitos de nós também mesmo não fazendo coisas erradas podemos ser considerados culpados por alguém. Isto leva muitos a se tornarem reféns  dos problemas, afirmando que tudo que está passando é por culpa de quem os condenou. José poderia ter se tornado refém do sentimento de perseguição e culpar a mulher de Potifar, dizendo estar ali por culpa daquela mentirosa. Mas não foi assim, pois ele venceu o sentimento e viveu de forma exemplar na prisão, alcançando respeito e uma maior liberdade. Lá na prisão ele prosperou e ficou responsável por algumas ações.

Foi lá na prisão que interpretando o sonho do copeiro do rei ele semeou sua possibilidade de libertação. Passados algum tempo depois que o copeiro foi liberto, lembrou-se de José e compartilhou com o rei sua experiência. O rei que havia sonhado e gostaria que seu sonho fosse interpretado, mandou chamar José. Mesmo o copeiro se esquecendo dele, José se manteve firme e não se tornou refém de sua auto-comiseração. Ele confiou em Deus.

Muitos perdem tempo com ressentimentos e amarguras. José não tinha tempo a perder com isto. Ele sabia o que Deus lhe mostrará em sonho. Passado um tempo, ele chegou ao posto de liderança e seu sonho se cumpriu. Neste momento seus irmãos vem ao Egito e ele se lembra do passado e irado manda prender seus irmãos. Porém, logo liberou perdão sobre eles. Fez alguns testes com eles para saber se seu pai ainda estava vivo e depois se revelou a eles. Ao invés de ficar refém de seus sentimentos, ele superou e perdoou seus irmãos. Ele foi sempre um vitorioso, pois esperava em Deus e não se curvava diante dos ressentimentos e amarguras.

Neste momento, o pregador passou a relatar sua experiência pessoal.

Eu sou o caçula e cresci com algumas mágoas. Meus pais se separaram por causa de uma vida adúltera do meu pai. Eu fui me fechando dentro de mim. Me tornei muito introvertido. Como eu jogava bem futebol, fui incentivado e preparado para ser atleta profissional. Aos 12  recebi uma profecia que dizia que Deus me estava levantando como profeta para falar a muitos. Nesta mesma época começou a jogar num clube esportivo, porém após alguns meses me machuquei e precisei voltar para a casa. Isto fez com meu sonho fosse adiado. Porém, passado mais algum tempo o pastor Jonatas se tornou meu pastor e começou a discipular. Neste momento tudo começou a mudar. Como eu estava refém dos ressentimentos e mágoas de meu pai, após este período de discipulado consegui liberar perdão para meu pai. O sonho voltou nesta época. Me dediquei ao meu sonho... jogar futebol. Aos 18 anos recebi uma  ótima proposta da Portuguesa de Desportos. De posse do contrato que teria 3 semanas para preencher, participei de um acampamento, onde recebei uma revelação. Deus me disseque se eu fosse viver meu sonho, ele abençoaria, mas eu não experimentaria o sonho que Ele tinha para mim. Desde então estou focado em meu chamado. Algumas coisas aconteceram que mudou meus planos, mas eu não tenho tempo a perder com amargura. Quero viver o sonho de Deus.
Encerrou a prédica dizendo que as dificuldades servem para nos aperfeiçoar e não para nos tornar reféns de maus sentimentos. Ao final ministrou um momento de oração.


Ao término do culto fomos todos para o salão social para um tempo de confraternização.

domingo, 19 de abril de 2015

SERMÃO: Marcos 16:1-8 (Rev. Eber Borges da Costa) - Culto Matutino 19.04.2015


Hoje participei do culto matutino da Igreja Metodista Central de Campinas e  fui ministrado pela Palavra de Deus através de meu amigo, Rev. Eber Borges da Costa. Apresentarei aqui algumas anotações que fiz durante sua prédica.

Após saudar a congregação, ler o texto de Mc 16:1-8 e depois orar, iniciou seu sermão relembrando a todos que estamos no ciclo pascal, portanto, tempo de celebrar a ressurreição de Jesus. A base do testemunho cristão está firmada nesta convicção: Cristo morreu, mas ressuscitou.

Portanto, num mundo marcado pelos sinais de morte, como cristãos temos a tarefa de levar a mensagem de vitória da vida sobre a morte. Num tempo de injustiças e desesperanças a mensagem da vitória da vida, que trás justiça e esperança é de grande importância.

Após estas afirmações, o pregador indagou: Sabendo de tudo isso e da tarefa que recebemos, por que não pregamos com veemência esta mensagem?

Após perguntar, afirmou: Vou compartilhar aqui algumas impressões que tenho do texto e que poderá nos ajudar a responder a esta pergunta.

O texto destaca as mulheres como protagonistas principais desta história. Infelizmente em muitos sermões, este e alguns outros textos bíblicos onde as mulheres se destacam, são pregados como se esta questão fosse uma concessão masculina. Mas ao verificar-se a vida e a missão de Cristo e dos seus discípulos veremos que as mulheres tiveram um papel de grande relevância. A mulher samaritana foi a primeira a quem Jesus se revela o Cristo. A mulher Cananéia foi considerada exemplar em sua fé. No episódio da visita de Jesus à casa de Marta e Maria, vemos a valorização do ministério feminino. Sua mensagem é bem mais profunda do que se tem destacado ao mencioná-la. Naquela época somente os homens poderiam se sentar aos pés de mestres e se colocarem como discípulos. Maria rompe com esta tradição. Ao invés de ficar cuidando da casa, tal como Marta, ela se propõem a ser discípula. Marta com a mente presa aos costumes da época, repreende sua irmã. Jesus porém, vai dizer que Maria fez a melhor escolha, tornar-se uma discípula. No movimento de Jesus a mulheres foram muito bem acolhidas e valorizadas.

Voltemos ao texto. As mulheres foram as primeiras a descobrirem que Jesus havia ressuscitado. Receberam a mensagem do "jovem vestido de branco" dizendo que era para elas irem para a Galiléia contar aos outros que Cristo ressuscitou. Mesmo sendo privilegiadas e recebendo em primeira mão a tarefa de proclamarem as boas novas aos outros elas não o fizeram. O que as impediu foi o medo.

Segundo alguns estudiosos da Bíblia no Evangelho de Marcos o que se opõe à fé não é a dúvida, mas sim o medo. O evangelho provavelmente foi escrito para uma comunidade que o medo a estava impedindo de proclamar a fé viva no Cristo ressurreto. Quando olhamos para algumas passagens bíblicas, não só de Marcos mas de outros evangelistas vemos apresentada a fragilidade da fé de muitos discípulos. É possível afirmar que não foi a fé dos discípulos e discípulas que permitiram a propagação do evangelho, mas sim o amor insistente de Deus. Os discípulos e discípulas tiveram medo de proclamar a verdade da ressurreição, mas Deus em sua persistência amorosa proporcionava a oportunidade de presenciarem e se relacionarem com o Cristo ressurreto. Ao olhar para a experiência de Tomé é possível ver como Deus insiste em se apresentar aos fragilizados. Cristo se encontrou com os discípulos novamente, só para que Tomé tivesse oportunidade de crer.  Jesus voltou não pela certeza da fé dos discípulos, mas sim pela dúvida de um deles.

Diante disso podemos nos perguntar: por que não temos o mesmo cuidado uns com os outros? Por que somos tão intolerantes com aqueles que vivem um tempo diferente de fé. O que vemos é que não é somente a fé que se apresenta frágil, mas também o amor.

Quando nos deparamos com a morte, somos confrontados com nossos limites e fragilidades. Nestas horas nos esforçamos ao máximo para chegar até o local onde será o velório para nos despedirmos de pessoas queridas. Investimos tempo e dinheiro, mesmo em momentos difíceis, para homenagearmos nosso ente querido. Nos esforçamos para homenagear pessoas que não ouvirão nossos elogios.  

Com Jesus foi diferente, pois ele ressuscitou. Ele ouve e vê tudo que fazemos. Quando estamos em culto no templo, bem como, quando estamos em qualquer outro lugar. Precisamos ter clareza de que ele, como Senhor de todas as coisas não precisa de nossa bajulação em culto. Não precisa de nosso dinheiro. Tudo que fazemos em culto e tudo que ofertamos à igreja é para nós mesmos. Somos nós que somos edificados ao cantar, orar e ouvir a Palavra. Somos nós quem somos beneficiados com os dízimos e ofertas consagrados na igreja. Deus não está preso no templo, pelo contrário, a afirmação bíblica é de que Jesus estaria junto aos pequeninos. Querer servir ao Senhor é servir aos pequeninos. A afirmação de Jesus foi: "Quando fizerdes a um destes meus pequeninos, a mim o fizeste". Jesus recebe nosso amor, quando amamos aos pequeninos, frágeis, fracos deste mundo.
A afirmação do anjo foi: voltem para a Galiléia, pois ele irá à vossa frente. Galiléia era a periferia de Israel. Assim como estas mulheres que foram vocacionadas a voltar à periferia de Israel para anunciar a ressurreição de Jesus que presenciaram, nós também somos chamados a proclamar o Cristo ressurreto aos habitantes da periferia do mundo. Somos chamados a pregar o Cristo que promove a vida. Onde há sinal de morte, a presença de Jesus trás a vida.

Se as mulheres se calaram, por que então nós ficamos sabendo? Provavelmente esta era a pergunta da comunidade de Marcos. Segundo alguns estudiosos do Evangelho de Marcos, o texto terminava no versículo 8 do capítulo 16. Ou seja, com a afirmação de que por medo as mulheres não disseram nada a ninguém. Esta pergunta foi a que fizemos no início do sermão. Por que não pregamos este evangelho da vitória da vida e ele ainda se propaga? A resposta está no amor insistente de Deus. Quando temos medo, dúvidas e receio, ele nos ajuda e fortalece. O Senhor se encontra conosco em todos os lugares para nos lembrar de sua vitória sobre a cruz. Muito mais que no templo, ele se encontra conosco nos caminhos da vida e de forma amorosa nos auxilia no entendimento de seu projeto. Mesmo com a boa intenção de fazer o que o Senhor queria, estas mulheres falharam. Quando ouve falhas, Jesus amorosamente continuou se apresentando aos seus para que experimentassem este grande milagre. Assim é conosco. Quando falhamos em realizar nossa missão o Senhor se apresenta e nos auxilia a continuarmos nossa vocação.
O Rev. Eber encerrou o sermão perguntando: Como você tem se encontrado com Jesus? Somente no templo? Lembre-se que Deus nos surpreende e mostra a restauração de muitas vidas na periferia de nossa sociedade.


Logo após, o pastor convidou aos que assim desejasse para que viessem ao altar para um momento de oração e consagração. 

sábado, 18 de abril de 2015

Dinâmica de Grupo - Caricaturando Conflitos existentes nas igrejas locais.


Durante esta semana, dias 14 a 16 p.p., participei do Curso de Capacitação para Missionários/as Designados/as e Aspirantes ao pastorado e prebiterado. Tive a oportunidade, juntamente com meu amigo e companheiro de estudos Rev. Márcio Divino de Oliveira de dirigir o momento de reflexão sobre os seguintes temas: "Gestão de Conflitos na Igreja Local" e "Resiliência Ministerial".



Uma das dinâmicas de grupo realizada foi a de caricaturar algumas situações de conflitos na igreja local. Baseado numa definição de Ariano Suassuna sobre caricatura, expliquei o significado e comentei o que gostaria que eles fizessem. Para que você leitor possa entender o que eu disse, apresento abaixo uma declaração de Suassuna em uma de suas aulas-espetáculo disponíveis no YOUTUBE. Segundo ele o primeiro a a explicar o riso foi Aristóteles. Ele deu a seguinte definição de cômico: "O cômico é uma desarmonia de pequenas proporções e sem conseqüências dolorosas". A caricatura é uma arte do cômico e se baseia na desarmonia. É muito difícil caricaturar uma mulher bonita, porque suas feições são harmoniosas e não tem o que exagerar. Na caricatura ressalta-se os olhos esbugalhados, o nariz pontudo, os lábios grossos, etc,  porém, sem levar a conseqüências dolorosas. Disse-lhes então que gostaria que eles de forma artística exagerassem em algumas desarmonias existentes em nossas relações interpessoais na igreja.



Foi neste momento que abri a "caixa preta" cheia de meus badulaques (vários tipos de óculos, diversas perucas, gravatas e máscaras). Pedi que eles pensassem em quais desarmonias eles queriam encenar. De posse de seus adereços eles começaram a representar. Foi um momento de muita descontração, alegria, risos e reflexão profunda. Os participantes foram tremendamente criativos. Vejam algumas fotos.




segunda-feira, 6 de abril de 2015

Pregando na IM Campos Elíseos (Campinas) - Sermão de Páscoa


Por convite do meu amigo, Pr. Marcelo Ramiro, ontem (05.04) preguei da Igreja Metodista do Campos Elíseos - Campinas - SP. Aproveitando a data, domingo de Páscoa, intitulei o sermão de "Páscoa: vitória da vida sobre a morte.

Iniciei o sermão apresentando a história desta festa e as várias interpretações e reinterpretações da mesma. Expliquei-lhes que tudo começou com os pastores nômades de Israel que no verão mudavam-se de local em busca de novos pastos para seus rebanhos. Antes de se transferirem de região celebravam uma festa semelhante à Páscoa. Celebravam a possibilidade do recomeço. Após a libertação do Egito esta festa foi reinterpretada pelo povo como sendo a memória do livramento que Deus lhes dera. Celebravam a nova vida, a nova sociedade, o reinicio. 

Jesus reinterpreta novamente esta celebração,  instituindo um memorial com novas significações. Diz que o pão da páscoa, passa a significar seu corpo e o cálice, seu sangue. Esta era a nova aliança de Deus com os homens. Ele veio para restaurar a vida no mundo. Depois da ressurreição de Jesus a Igreja reinterpretou mais uma vez a festa considerando-a a vitória de Jesus sobre a morte. Desde sua origem esta festa significou a vitória da vida sobre a morte. PÁSCOA, portanto, é tempo de optar pela vida em meio a tantos sinais de morte existentes no mundo.

Convidei-lhes à leitura do texto bíblico de João 20:19-29 (texto proposto pelo Lecionário Cristão para o próximo domingo, porém, eu me adiantei). Após a leitura, ressaltei o fato  dos discípulos estarem escondidos e com medo, para introduzir a idéia de que nos momento de adversidades experimentamos alguns sinais de morte. Foi em meio a este período difícil de tribulação que o Senhor ressurreto se apresentou a eles e disse: PAZ SEJA COM VOCÊS".

Neste momento, compartilhei sobre o significado bíblico teológico da palavra paz. Esclareci que esta palavra, que em hebraico é SHALOM e em grego é IRENE,  aparece 239 vezes na Bíblia e tem muitos significados: bem-estar, felicidade, saúde, segurança, relações sociais justas e harmonia consigo mesmo, com o próximo e com Deus. Neste sentido, a palavra contém a idéia de perfeição e completude. Paz na Bíblia, portanto, não é apenas uma sensação interior ou um período de ausência de conflitos, mas sim, a construção de uma sociedade mais justa, promotora de vida plena para todos. Este conceito se opõem a PAX (paz em latim) oferecida pelo império romano, que conquistava os povos mais fracos e  os subjugava ao seu poderio. Estas eram ações de dominação através de estruturas políticas e sociais de exploração.

O próprio Senhor Jesus afirmou em Jo 14:27 que a paz que ele prometia não era baseada neste conceito de pax, mas sim de shalom/irene. Disse: A paz que dou não é a paz que o mundo promete dar. Ressaltei neste instante uma experiência vivida quando visitei a África do Sul e lá aprendi sobre o termo UBUNTO: "sou o que sou pelo que nós somos". Precisamos aprender sobre a interdependência que temos enquanto sociedade humana e eco-sistema. A paz que Jesus declarou aos discípulos, marcada pela mentalidade de realização plena, não deve ser propriedade individual de ninguém, mas sim, um direito a todos. Falar da ressurreição e falar sobre a possibilidade de trazer vida àqueles e àquilo de está morto. Num mundo marcado pelo egoísmo, individualismo e consumismo, somos convidados a superar estas posturas, vivendo o amor ao próximo e ajudando a construir relações mais justas e igualitárias entre os seres humano.

Concluí o sermão contando a parábola do milho de pipoca de Rubem Alves. Disse-lhes que diante das provações, somos chamados a cumprir nossa razão de existir. Mais do que construir uma espiritualidade egoísta que não se abre para o propósito eterno de Deus fechando-se às possibilidades de superação dos problemas individuais em nome da realização comunitária, somos chamados a viver  a plenitude de nossa existência. Existimos do outro, com o outro e para o outro. Assim como o milho que ao passar por "adversidade" (óleo quente) abre-se diante do novo e torna-se um "floquinho" macio e delicioso, assim nós, diante de momentos difíceis em nossa vida pessoal não podemos deixar de viver a plenitude para a qual fomos criados - fazer o bem e amar ao próximo. O milho que se fecha em si mesmo e não realiza o propósito de sua existência vira "piruá". Estes para nada serve, se não para se jogar fora. Terminei o sermão perguntando a todos se gostariam de ser pipocas o piruá em suas vidas.


Após o sermão celebramos a Ceia do Senhor. Agradeço a Deus a oportunidade de ter celebrado ao Senhor ao lado destes irmãos e irmãs queridos, como também agradeço ao Pr. Marcelo Ramiro pelo carinho e confiança. Que o senhor continue abençoando a IM Campos Elíseos. 

sábado, 4 de abril de 2015

DISTRITO DE CAMPINAS - Culto da Ressurreição 2015 (um breve relato)

Culto da Ressurreição - Distrito de Campinas - IMCC (Igreja lotada)
Ontem, 03 de abril, participei do CULTO DA RESSURREIÇÃO celebrado na Igreja Metodista Central de Campinas com a presença das várias igreja do distrito. A direção do culto ficou sob a responsabilidade do Rev. André Souza - superintendente do distrito de Campinas. Foi um culto muito alegre e participativo. Tiveram participação especial: Coral da Igreja Metodista Central de Campinas, Coral da Igreja Metodista em Vila Joaquim Inácio, Ministério de Trabalho com crianças da Igreja Metodista em Valinhos, Grupo de artes da Igreja Metodista em São Bernardo e Grupo de Louvor da Igreja Metodista em Vila Joaquim Inácio. Estavam presentes todas as igrejas do distrito. 


 


O corpo pastoral, também se fez presente: Rev. André Souza (IMCC), Pr. Marcelo Cordeiro (IM em Amparo), Pr. Eli Santos (IM São Marcos), Rev. Nicanor Lopes e Pra. Maria Lira (IM em Monte Mor), Rev. Noel Valêncio (IM no Jardim do Lago), Revda. Vanilda Botteon, eu e a Pra. Laís Manso (IM no Jardim Pacaembú), Rev. Márcio Aurélio (IM em Vila Joaquim Inácio), Rev. Carlinhos Ferreira (IM em São Bernardo), Rev. Fabio Herculano (IM em Hortolândia), Oady e Rejane Aredes (IM no Jardim Esmeraldina) e Rev. José Ricardo Ribeiro (IM em Valinhos).


O pregador foi o Rev. Márcio Aurélio, pastor titular da Igreja Metodista em Vila Joaquim Inácio, que com seu jeito cômico, porém comprometido com a pesquisa bíblica,  compartilhou sobre o tema:  "Significado da cruz e da ressurreição de Jesus. Apresento abaixo algumas anotações que fiz de seu sermão.

Ele iniciou sua prédica ressaltando a multiplicidade de pessoas e igrejas ali presentes, observando a beleza da diversidade de dons e de formas de celebrar ao Senhor. Iniciou a mensagem com uma ilustração. Como é de sua característica, contou uma história ligada a sua infância no Paraná. Partilhou sobre a experiência de um criador de patos que desejava manter a ordem no lago. Para tal, construiu cercas no lago, dividindo-o em quatro partes. Separou os brancos, os pretos, os marrecos e os cisnes. Quando o criador pensou que estava tudo organizado e que os patos, marrecos e cisnes, sabiam de seus lugares no lago, algo diferente aconteceu. Uma grande tempestade inundou o lago, aumentando a quantidade de volume de água do lago. Isto fez com que o nível da água ultrapassasse a altura da cerca. Neste momento, viu-se que as aves do lago estavam todas misturadas. O projeto de divisão e separação das espécies ia contra a natureza dos animais.

O Rev. Márcio aplicou esta parábola, dizendo que o inundar de Deus no meio do povo reunido fazia com que as cercas (igrejas locais e seus modos de celebrar) não tivessem mais poder de separar. Afirmou que é belo ver a diversidade dos dons presentes na celebração do povo de Deus.

Convidou todos a colocarem-se de pé para a leitura da Palavra em Lucas 24:1-34. Após a leitura e uma oração, afirmou que o centro da fé cristã não está no natal, mas sim na Páscoa. Portanto, a cruz e não a manjedoura é o centro da fé dos cristãos. Ressaltou o fato da espiritualidade contemporânea estar voltada para a auto-ajuda, com mensagens equivocadas de que o ser humano pode vencer por si mesmo.  Inclusive muitas igrejas tem incentivado esta espiritualidade através dos cânticos e sermões que proferem. Há uma mensagem triunfalista, onde os crentes são considerados sempre vitoriosos... "são cabeça e não calda". Destacou, também, que o evangelho pregado na atualidade é de valores comportamentais. As pessoas são induzidas e avaliadas a partir de suas ações/comportamentos. Por isso, durante estes dias chamados santos, as pessoas apresentam comportamentos os mais diversificados calcados em experiências muito subjetivas. Para alguns são dias de muita festa, pois comem e bebem aproveitando o feriado. Para outros, tempo de sofrimento e flagelo. Outros ainda, acham que celebrar estes dias é um absurdo, pois se trata da morte de um líder religioso.

Fazendo uso de outra ilustração o pregador contou a história de Enrico. Enrico era uma criança que antes de dormir começou a ler um livro muito interessante. Quando a história estava em seu alge, sua mãe chegou e lhe disse que era hora de desligar a luz e dormir. Enrico não conseguiria dormir se não soubesse o que aconteceu com o protagonista principal. Rapidamente folheou o livro para as últimas páginas e leu o fim da história. Depois, fechou o livro e dormiu tranqüilo. O pastor disse à congregação que assim acontecia também com todos ali reunidos. Apesar de ser a sexta-feira da paixão, por saber o final da história todos já celebravam o final... a ressurreição de Jesus.

Voltando-se para o texto lido, o Rev. Márcio afirmou que os discípulos apresentados no texto, estavam em desobediência, pois diante da ordem de Jesus para que todos seus seguidores permanecessem em  Jerusalém, estes dois voltaram para a casa. Uma das características da cruz e da ressurreição é que por amor Jesus foi ao encontro destes que entristecidos, abandonaram o projeto. O amor de Jesus não tem limite, vai até o fim necessário. Viver pautado pela cruz é imitar a Jesus e amar as pessoas até o fim. É pagar o preço de amar. Não fazemos as coisas por nossa força, mas com o auxílio de Jesus. Fazemos o bem ao próximo e o amamos, pela força de Jesus em nós. Não é Ele quem nos ajuda na realização do bem, mas sim ele que realiza através de nós o verdadeiro amor ao próximo. Ele já pagou o preço, à nós cabe apenas nos apresentar como instrumentos em suas mãos.

Assim como aqueles dois discípulos, muitos hoje não enxergam/entendem o que Deus está fazendo em suas vidas. As adversidades do dia a dia tem cegado muitas pessoas. O perigo está em olhar para as aparências. Muitas vezes se interpreta algo, pensando que poderá ser ruim, mas no final percebesse que aquilo foi uma bênção. O pastor citou a experiência de Pedro que após ter sido considerado um homem sábio por ter reconhecido Jesus como o Cristo, mas que pouco depois por não entender a importância do sacrifício de Cristo na cruz, foi exortado pelo mestre. As aparências enganam, pois na concepção equivocada de Pedro não seria bom que Jesus morresse na cruz. Ao falar sobre as aparências o pregador trouxe à memória dos adultos presentes uma propaganda dos anos 80 que apresentava um produto que ficou conhecido pelo bordão: parece mas não é (Denorex).

Os caminhantes de Emaús somente reconheceram que seu companheiro de viagem era Jesus, no momento do partir do pão. É na partilha do pão que podemos levar pessoas a reconhecerem a Jesus. O pastor encerrou o sermão lembrando a todos a afirmação do apóstolo Paulo: "Eu me glorio na cruz de Cristo". Logo após, convidou todos que assim desejassem, à vir ao altar para um momento especial de ministração. Solicitou a todos os pastores e pastoras presentes para que intercedessem pelos que se aproximaram do altar.


Ao final, como é de costume nestas celebrações, nos dirigimos para o salão social para um momento rico de comunhão, bate-papo e "comilança". 



sexta-feira, 3 de abril de 2015

SERMÃO - Páscoa... vitória da vida sobre a morte

No Domingo de Páscoa, muito mais do que saborear deliciosos ovos de chocolate, somos convidados a celebrar a vitória da vida sobre a morte. Aproveito o ensejo para contar um pouco da história desta celebração, bem como fazer um convite a todos vocês. Que este domingo seja um dia de esclarecimento e compromisso.


A Páscoa é uma festa muito antiga do povo hebreu. Teve seu início com os pastores nômades, que no verão mudavam-se de local, em busca de novos pastos para seus rebanhos. Antes de cada viagem eles celebravam uma grande festa.

Quando da experiência de libertação do jugo egípcio, esta festa foi reinterpretada pelo povo hebreu, como a memória do livramento que Deus dera ao povo, guiando-os rumo à terra prometida.

Jesus, o Filho do Deus Vivo, reinterpreta novamente esta celebração dizendo que o pão passaria a significar seu corpo e o cálice seu sangue, símbolos da nova aliança de Deus com Seu povo.

Com a ressurreição de Jesus, todos os seus projetos e promessas ressuscitaram. A partir daí a Igreja reinterpretou a festa como sendo a vitória de Jesus sobre a morte.  

A festa da PÁSCOA, portanto, desde sua origem significou a vitória da vida sobre a morte. É o momento oportuno de optar pela vida em meio a tantos sinais de morte. Segundo o Calendário Litúrgico esta é uma festa que dura 50 dias. Tem seu início no Domingo de Páscoa e encerra-se com a celebração do Pentecostes.

LEITURA BÍBLICA: Atos 10.34-43
34 Então, falou Pedro, dizendo: Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas;
35 pelo contrário, em qualquer nação, aquele que o teme e faz o que é justo lhe é aceitável.
36 Esta é a palavra que Deus enviou aos filhos de Israel, anunciando-lhes o evangelho da paz, por meio de Jesus Cristo. Este é o Senhor de todos.
37 Vós conheceis a palavra que se divulgou por toda a Judéia, tendo começado desde a Galiléia, depois do batismo que João pregou,
38 como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele;
39 e nós somos testemunhas de tudo o que ele fez na terra dos judeus e em Jerusalém; ao qual também tiraram a vida, pendurando-o no madeiro.
40 A este ressuscitou Deus no terceiro dia e concedeu que fosse manifesto,
41 não a todo o povo, mas às testemunhas que foram anteriormente escolhidas por Deus, isto é, a nós que comemos e bebemos com ele, depois que ressurgiu dentre os mortos;
42 e nos mandou pregar ao povo e testificar que ele é quem foi constituído por Deus Juiz de vivos e de mortos.
43 Dele todos os profetas dão testemunho de que, por meio de seu nome, todo aquele que nele crê recebe remissão de pecados.

Nosso texto é um resumo de tudo que aconteceu a Jesus por realizar a missão que o Pai lhe dera.  Ele veio ao mundo para pregar um novo reino, mas o mundo não acolheu sua mensagem preferindo condená-lo à morte de cruz. PORÉM, Deus o ressuscitou dos mortos, dando lhe poder para redimir a humanidade de seus pecados e reconciliá-la com Deus

Estamos diante de um discurso de Pedro que chamamos de KERIGMA. O livro de Atos apresenta dois protagonistas principais: PEDRO e PAULO. O primeiro representa a igreja que se desenvolveu entre os judeus e o segundo a igreja gentílica.

A igreja é a continuadora desta missão. Tal como os discípulos, ela continua a proclamar a nova vida em Jesus Cristo, aquele que pode remir o homem de todos os seus pecados. PORTANTO, em meio a todos os sinais de morte existentes neste mundo, somos chamados a proclamar a VIDA em Jesus. ELE VENCEU A MORTE.


Sejamos fiéis à nossa vocação. Preguemos a Cristo o único capaz de gerar uma nova vida - vida em abundância. Festejemos juntos esta longa e significativa festa… festa da VIDA… da RESSURREIÇÃO… do RENOVO… da REVITALIZAÇÃO.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Atualizando a mensagem da Páscoa - Vitória da vida sobre a morte (para crianças e adolescentes)


Ontem, 01 de abril, conhecido por muitos como o "Dia da Mentira" tive oportunidade de participar de uma celebração maravilhosa que relembrava a ressurreição daquele que é o caminho, a verdade e a vida. Por convite da irmã Rosane Santos participei da celebração da Páscoa do Grupo de Comunhão do Gramado (Igreja Metodista Central de Campinas-SP). Fui convidado especialmente para compartilhar com crianças, pré-adolescente e adolescentes a história da Páscoa. Enquanto o Rev. André Souza ministrou para os jovens e adultos, eu fiquei com este grupo.

Logo após o momento de cânticos, nos retiramos para o local que estava reservado para o nosso grupo. Reunimo-nos numa varanda. Ao chegar, preparamos o espaço colocando as cadeiras em círculo. Todos ficaram curiosos pelo fato de eu ter levado um grande caixa preta.
Iniciei nosso diálogo introduzindo o tema "Repensando e atualizando a mensagem da Páscoa". Disse-lhes que a Páscoa é muito mais que saborear os deliciosos ovos de chocolate. É tempo oportuno para refletir sobre a vitória da vida sobre a morte... do bem sobre o mal... do amor sobre a indiferença. Neste momento falamos sobre a expectativas deles de ganharem o ovo de páscoa. Eles foram bem participativos.

Logo após, numa linguagem adaptada à idade do grupo, compartilhei a história da Festa da Páscoa. Disse-lhes que tudo começou com os pastores nômades de Israel que no verão mudavam-se de local em busca de novos pastos para seus rebanhos. Antes de se transferirem de região celebravam uma festa semelhante à Páscoa. Celebravam a possibilidade do recomeço. Após a libertação do Egito esta festa foi reinterpretada pelo povo como sendo a memória do livramento que Deus lhes dera. 

Celebravam a nova vida, a nova sociedade, o reinicio. Jesus reinterpreta novamente esta celebração,  instituindo um memorial com novas significações. Diz que o pão da páscoa, passa a significar seu corpo e o cálice, seu sangue. Esta era a nova aliança de Deus com os homens. Ele veio para restaurar a vida no mundo. Depois da ressurreição de Jesus a Igreja reinterpretou mais uma vez a festa considerando-a a vitória de Jesus sobre a morte. Concluímos afirmando que desde sua origem esta festa significou a vitória da vida sobre a morte. Portanto, PÁSCOA é tempo de optar pela vida em meio a tantos sinais de morte existentes no mundo. Durante estes poucos minutos que eu resumia a história eles ficaram bem atentos e em silêncio.




Depois desta breve explicação do significado da Páscoa, convidei-os a realizar uma dinâmica de grupo. Primeiramente pedi que eles falassem sobre algumas formas de maldade que geram morte (física e emocional) na nossa sociedade. Colhi algumas pérolas deles. Falaram sobre bullying, inclusive explicando que é um tipo de agressão intencional (verbal ou física) feita de maneira repetitiva. Acredito que eles haviam estudado o tema na escola, pois estava muito fresquinha na mente de alguns este tema. Compartilharam também sobre drogas, assalto, desrespeito com idosos, desprezo com os sem teto, arrogância... etc.

Mendigo sendo desprezado por um jovem rico.
Após este momento de discussão e partilha eu lhes propus uma tarefa artística. Solicitei que eles "CARICATURASSEM" algumas daquelas situações que haviam descrito e que são sinais de morte (anti-vida) na nossa sociedade. Baseado numa definição de Ariano Suassuna sobre caricatura, expliquei o significado e comentei o que gostaria que eles fizessem.

Para que você leitor possa entender o que eu disse, apresento abaixo uma declaração de Suassuna em uma de suas aulas-espetáculo disponíveis no YOUTUBE. Segundo ele o primeiro a a explicar o riso foi Aristóteles. Ele deu a seguinte definição de cômico: "O cômico é uma desarmonia de pequenas proporções e sem conseqüências dolorosas". A caricatura é uma arte do cômico e se baseia na desarmonia. É muito difícil caricaturar uma mulher bonita, porque suas feições são harmoniosas e não tem o que exagerar. Na caricatura ressalta-se os olhos esbugalhados, o nariz pontudo, os lábios grossos, etc,  porém, sem levar a conseqüências dolorosas.


Disse-lhes então que gostaria que eles de forma artística exagerassem em algumas desarmonias existentes em nossa sociedade e que promovem a morte.


Foi neste momento que abri a "caixa preta" cheia de meus badulaques (vários tipos de óculos, diversas perucas, gravatas e máscaras). Os olhos deles brilhavam quando viram todo aquele material. Pedi que eles pensassem em quais desarmonias eles queriam encenar. Quando liberei para pegarem os objetos, eles partiram pra cima com toda a rapidez.

De posse de seus adereços eles começaram a representar. Vestiram-se de mendigos e ricos, falando sobre a injustiça social. Encenaram um adolescente cedendo seu assento a uma pessoa idosa. Simularam um assalto acompanhado por violência. Contaram a história de uma Pop Star arrogante. Foram extremamente criativos.

Após este momento artístico, eu retomei a palavra e lhes disse que não devemos nos dobrar diante destas forças de anti-vida. É necessário ações práticas de luta pela vida. De forma especial, destaquei a necessidade de se vencer o sentimento de auto-comiseração (coitadinho de mim ou de nós). Ao invés de nos sentirmos vítimas deste mundo e suas forças de anti-vida, devemos nos unir com outras pessoas para proclamar a vida. Uma das lições da Páscoa é que há esperança para as pessoas. Jesus veio para nos dar vida abundante. Por isso, ao invés de ficarmos reféns da adversidades, somos chamados a transformar a realidade. Só conseguiremos vencer os sinais de morte se deixarmos Jesus nos auxiliar, pois ele é o único que venceu a morte e pode nos ajudar a vencê-la ainda hoje.


Ao final, convidei uma vovó que estava presente para me auxiliar a contar uma história. Pedi que ela nos explicasse como que se preparava a pipoca. Depois que ela nos explicou, eu retomei alguns pontos e apresentei a parábola "o milho de pipoca" de Rubem Alves (leia a parábola abaixo).

Após contar a história eu lhes disse que podemos aproveitar as adversidades para nos transformar e transformar o mundo. Não disse para eles, mais digo a você leitor que a isto, chamamos RESILIÊNCIA, ou seja, a capacidade que um indivíduo ou uma população tem, após enfrentar momentos de adversidade, de se adaptar ou evoluir positivamente frente à situação. Terminei minha fala, afirmando que num mundo marcado pelos sinais de morte, nós cristãos temos uma mensagem de esperança. A vida brotará novamente. Ressurreição é falar da vitória da vida sobre a morte. Terminei minha fala, com as mesmas perguntas da parábola: E você o que é? Uma pipoca estourada ou um piruá?

 

 

Encerramos o momento da varanda assistindo um lindo vídeo onde crianças explicam a história da páscoa sugerido por uma das participantes. Assim que terminou, nos dirigimos para o salão onde o Rev. André ministrou a Ceia do Senhor a todos os presentes.

 

Ao final, como não poderia deixar de acontecer numa reunião metodista, saboreamos deliciosos quitutes preparados pelos presentes. Foi um tempo muito edificante. Algo que trago a mais em minha caixa de badulaques é o aprendizado de que se permitirmos as crianças tem muito a nos ensinar e a ensinar os seus coleguinhas do grupo. Construir o conhecimento é mais que "depositar" informações na mente das crianças. É aproveitar o que elas já sabem e juntamente com elas construir o saber.

PARÁBOLA - O MILHO DE PIPOCA ( Rubem Alves)
A transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser.O milho de pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro.O milho de pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer.Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre.
Assim acontece com gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira.São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosas. Só elas não percebem. Acham que é o seu jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo.O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor.Pode ser o fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder o emprego, ficar pobre.Pode ser o fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão, sofrimentos cujas causas ignoramos.Há sempre o recurso do remédio. Apagar o fogo. Sem fogo, o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação. Pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pensa que a sua hora chegou: vai morrer.Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz.Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: Bum! E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente, com que ela mesma nunca havia sonhado.Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A sua presunção e o medo são a dura casca que não estoura. O destino delas é triste. Ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca e macia. Não vão dar alegria a ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.
E você o que é? Uma pipoca estourada ou um piruá?
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